Dark Funeral

We Are the Apocalypse
2022 | Century Media Records | Black metal

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Primeira metade da década de 90, o black metal já rejubilava com a sua popularidade no underground da música pesada, e as polémicas e infantilidades iam passando. A rivalidade escandinava já não fazia grande sentido e Suecos também podiam fazer black metal do bom. Saem os Dark Funeral dessa onda, agora já estabelecidíssimos, mesmo que mantendo-se sempre como aquela equipa que anda sempre ali no meio da tabela mas que também nunca chega a descer de divisão.

E o “We Are the Apocalypse” é já o sétimo álbum do colectivo Sueco, numa altura em que se podem dar ao luxo de fendas discográficas maiores porque não têm algo a provar. Ou a inventar, tal é o conforto com que apresentam sempre praticamente a mesma fórmula de black metal potente e geladinho que até corta. O quão polido isto possa estar, é até onde vão, evitando o cliché da crueza porque sim, e deixam-nos desfrutar dos riffs. E, graças a Belzebu, aqui não faltam desses. É o segundo disco com Heljarmadr a cargo da berraria – sim, dá para fazer outra separação discográfica além daquela cromática das capas – e o que podia ser uma outra era para os Dark Funeral, não se sente propriamente. Mesmo com mais entradas na banda desde o antecessor, – no baixo e na bateria – tudo é abordado com a mesma familiaridade como se todos os membros desta banda ainda fossem os originais de 1993 – e já só sobra um!

O que nos vale e que faça frente à indiferença do “já ouvimos isto muitas vezes” é que os Dark Funeral sempre assinaram um black metal de qualidade e fúria exímios. Os dois primeiros não devem muito a anteriores do género, do país vizinho, e aquele veneno da tal “trilogia vermelha” também nos dá impressão de ter ali uns clássicos por reconhecer. Desde a saída de Emperor Magus Caligula, não optaram por mudar alguma coisa, mas mantêm um ritmo muito descontraído de edição para deixar os álbuns, quão formulaicos eles sejam, respirar. E “We Are the Apocalypse” é mais um disco competente daquela banda de black metal sem rodeios, que faz de conta que não deixa entrar tanta melodia quanto realmente deixa – “When I’m Gone,” por exemplo, até tem ali umas pitadinhas de Moonspell – e que nos faz desenfrear o pescoço à custa dos diabólicos blastbeats – Jalomaah aprovadíssimo, sem dúvida. Pode ter muitos do mesmo estilo à sua frente, mas é fiável quando é exactamente disto que precisamos.

Músicas em destaque:

Let the Devil In, When I’m Gone, Beyond the Grave

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Marduk, Watain, Naglfar


sobre o autor

Christopher Monteiro

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