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O negativismo que tanto nos pesa faz-nos acreditar que, na tal Era do Ferro, a quinta etapa da humanidade em que vivemos de acordo com Hesíodo, também já estejamos perto do fim e da derradeira queda da humanidade. É, irmos mesmo todos com os porcos, é para o que nos conseguimos virar. Mas desfrutemos, ainda temos esse lado em nós e se alguém musicar “Os Trabalhos e os Dias” à sua maneira, como fazem os Dark Oath no novo “Ages of Man” então temos boas distracções.
A sonoridade dos Dark Oath segue de onde ficou “When Fire Engulfs the Earth,” aproveitando o conceito e todo o amadurecimento musical para se conseguirem tornar mais épicos ainda. Um death metal grandioso que, sendo de cariz melódico e de voz feminina, é capaz de arrebatar qualquer sugestão bacoca de alguém que não conheça antes de conseguir acabar de dizer “Arch Enemy.” Elementos sinfónicos essenciais para a elevação, devidamente colocados para não deixar sobrepor-se da forma como às vezes patinam uns Fleshgod Apocalypse, mais triunfante que o negrume de uns Septicflesh e bem mais selvagem que todas as outras bandas de metal sinfónico que ocorram primeiro. Também há em “Ages of Man” um travo folk maior. São as tais subtilezas para que os Dark Oath tenham novidades mas mantenham a familiaridade.
Confiam o suficiente na sua fórmula para manter o disco bastante uniforme ao longo da sua duração. As eras progridem, no conceito, mas o fio condutor sonoro é sempre o mesmo. Não cai tanto para o progressivo como se esperaria de um álbum conceptual como este e é capaz de ter umas malhas como “Silver I (A New King)” que, com ou sem a roupagem sinfónica, tem a força que anda a faltar a tanto tema do cansado melodeath, temas étnicos com uma beleza especial como “Bronze I (Stolen Flame)” ou “Heroic I (Sons of Gods and Mortal Men)” e uma tremenda catarse na conclusiva “Iron (Through the Veil of Night)” que conta com a participação de, nem de propósito, Paolo Rossi, dos já aqui mencionados Fleshgod Apocalypse, e acrescenta fãs de Arcturus ou Borknagar para o leque de potenciais apreciadores. Uma grande obra que até custa a crer que seja apenas o segundo longa-duração de uma banda singular aqui no nosso panorama pesado. E, como já foi apontado por aí, deixa muito bem servido quem estiver agarrado à espera por qualquer coisa dos Wintersun!
Gold II (Fall of Time), Bronze I (Stolen Flame), Iron (Through the Veil of Night)
Wintersun, Insomnium, Graveworm