Darkane

Inhuman Spirits
2022 | Massacre Records | Death metal melódico, Thrash metal

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Um grande regresso pode acabar por ser discreto, se o retornado em questão também for discreto. Os Darkane podem não ser propriamente um tesouro escondido mas, no que diz respeito ao death metal melódico Sueco, vão ser sempre aquela banda de “meio da tabela da primeira liga.” E até que podia ter havido bem mais febre à volta do seu regresso aos discos, nove anos depois de “The Sinister Supremacy,” e mais curiosidade sobre o seu estado de saúde para o novo “Inhuman Spirits.

Para já, metendo aqui a nota do escriba, aponta-se alguma injustiça ao estatuto mais “médio” dos Darkane quando até podiam ter mais crédito. No que diz respeito ao tal melodeath que praticam, aquilo encheu num instante, revelou-se como um género algo limitado e dos mais cansativos de se acompanhar, com cada cópia desinteressante que surgia. Por meados da década de 00, a fonte já se dava como seca, mas foi em 2005 que aqui os Darkane nos mandaram com um “Layers of Lies” nas bentas que nos fez ver que havia ali muita coisa bruta ainda possível de se fazer. Então há razões para querermos passar os ouvidos por “Inhuman Spirits” e verificar se está tudo no sítio e o desempenho de Lawrence Mackrory na voz, no segundo álbum após o seu regresso, estando ele também na estreia de 1999. Mesmo que se faça parte da claque de Andreas Sydow, – e aqui pode estar implícita mais uma nota pessoal do escriba, mas não haverá mais – é de notar que Mackrory até é mais variado e versátil.

É ele quem ajuda a levar a música aqui presente a muitos sítios diferentes, com a base instrumental a manter-se sempre nos riffs chunky cheios de groove, capazes de ficar bem graves e pesados, além dos habituais devaneios melódicos, com um auxiliar sinfónico sempre a ajudar a atmosfera. Traz o tom berrado thrasheiro e uma voz limpa para os refrães e é capaz de ir bem grave para um peso de death metal mais tradicional – como na malha “Awakening.” Se acham que isso de refrão limpo e elementos de metal moderno já faz isto resvalar para maus hábitos à In Flames, os Darkane ainda não caem para aí e o refrão com tanto de orelhudo como de poderoso sempre foi também parte da sua marca e voz limpa – que, recorrendo a comparações disparatadas como sempre tem que se fazer nestas coisas, pode ter um James LaBrie muito mais furioso como vaga referência – não vem aqui adocicar nada. É mesmo Mackrory quem acaba por ser o destaque num disco competente que conhece o seu próprio legado e acrescenta ao seu repertório sem colocar algo em causa. Fora a conclusão instrumental, não se permite ter algum tipo de filler e traz malhas que nos fazem ter pena de já não serem uma banda de palco. E já podemos finalmente ouvir tudo nas plataformas de streaming!

Músicas em destaque:

Awakening, Mansion of Torture, The Quintessence of Evil

És capaz de gostar também de:

Dark Tranquility, Soilwork, At the Gates


sobre o autor

Christopher Monteiro

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