Dois cavalheiros que não gostam de nos deixar muito tempo à espera e são muito assíduos por entre as nossas novidades auditivas. O ritmo certo para irritar quem acha que eles “já não fazem uma de jeito” há muito tempo e também têm a atitude certa em relação a isso: estão a marimbar-se, a fazer a música que querem, a prestar tributo às referências que querem e daqui deste lado – onde até se aplaude a discografia toda dos Noruegueses – só saem vénias para isso. “It Beckons Us All” – cujo título completo volta a ter muitos pontos no final, tal como no “Eternal Hails……,” assumimos que em tributo a “The Return……” dos Bathory – continua a sua cruzada pelo heavy metal clássico.

Continua a consumir-se muito Celtic Frost, claro. Enquanto também se explora muito doom. Como se este álbum fosse um split colaborativo dos Celtic Frost com os Candlemass que nem sabiam que queriam. Não é uniforme, já se parte daí, mas ainda dá para surpreender com um riff tão gingão como o de “Black Dawn Affiliation” que sugere uma tendência para o black ‘n’ roll, assumindo que sabemos todos bem o que é isso exactamente, uma cavalgada bem à heavy tradicional em “Eon 3” e espaço para melodia como consegue na épica conclusão “The Lone Pines of the Lost Planet.” Despindo isto ao seu núcleo, está tudo certo com o seu mais simples e básico: enquanto temos Fenriz a debitar riffs como um puto em adoração aos seus discos favoritos e Nocturno Colto a mandar vir com uma voz que parece o velho a reclamar e a mandar-nos pôr a música (dos Darkthrone) mais baixa, estamos felizes.

Mas mais felizes ainda com um “grower” como este, que cresce e enriquece a cada audição. Onde há doom de gente grande – uma faixa tão simples como “And in That Moment I Knew the Answer” traz peso à Cathedral – e um heavy metal enegrecido, chamemos-lhe o tal “first wave of black metal,” a referência para a segunda onda da qual os Darkthrone são dos principais precursores. E tanto de Celtic Frost, Bathory e até Mercyful Fate, e tanto já de Darkthrone para que não pareça que estes veteranos de quase quatro décadas de carreira sejam só uma banda de tributo. Quando são só das bandas mais influentes de sempre. O que vem a seguir? Não sabemos mas não se choquem com as comparações da melódica “The Lone Pines of the Lost Planet” a umas cenas mais glam que vão vendo por aí… É que, vendo bem, com toda esta homenagem a Celtic Frost, faria sentido que a seguir fizessem o “Cold Lake.” Diríamos que não há razão para pânico, mas antes dizemos… Que venha daí, que vai ser um espectáculo na mesma!