Dawnrider

Five Signs of Malice
2024 | Metal on Metal | Doom metal

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Consistência encontrada? Não é que alguma vez faltasse alguma coisa na música dos Dawnrider, já facilmente identificável, mas talvez agora já haja nesta solidez uma confiança renovada. Alinhamento sem retoques, até tivemos uma espera mais curta pelo disco. Inspira confiança para estes “Five Signs of Malice,” sem que tivesse existido alguma queixa sobre discos anteriores, com clássicos subvalorizados ali pelo meio da discografia.

Vão já duas décadas de carreira e estes cinco sinais de malícia afinal não parecem assim tão maliciosos, – só se for na sua abstracta essência, um malicioso bom – e são cinco malhas de bom doom. A fonte é a original, a raíz. Claro que a adoração a Black Sabbath já lá estava e é daquelas coisas mais difíceis de não serem constantes. Mas ali para o sul parece que já se inspiram menos em longas paisagens de deserto e as viagens já são mais no tempo: menos stoner, mais doom de origem, mais rock dos 70s, ou rock psicadélico dos 60s. Riffs gigantes e estruturas que piscam o olho a fãs de Pentagram, Candlemass, ou Saint Vitus, com teclas psicadélicas a dar para The Doors ou Deep Purple, escurecendo bem as coisas para deixar o ambiente como aquele dos tempos em que pessoas tinham medo dos Sabbath e dos Coven.

Podiam captar só a essência e já dava um disco bem passado, especialmente com a interligação entre todos os temas. Seria bom e não seria um exercício de nostalgia bacoco. Mas calha que o quarteto é mesmo talentoso também nisso das melodias e, mesmo não recorrendo a temas directos, – só “King Crow” – é tudo muito fácil de se apanhar e há muita coisa para cantar no fim e antecipar para a próxima vez que o disco girar. Às vezes não há coisa mais presente do que o passado, e os Dawnrider são, por cá, quem melhor faz a ligação entre as duas coisas. E não, não é caso para lhe chamarem uma banda retro, ou coisa que o valha.

Músicas em destaque:

Twelve Severed Heads, Old Beast, Perishing Hour

És capaz de gostar também de:

Pentagram, Orange Goblin, The Quartet of Woah!


sobre o autor

Christopher Monteiro

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