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Não vamos estar aqui a verificar o rigor na contagem,mas às tantas ainda são os Deep Purple, uns jovens com mais de cinco décadas de carreira, quem mais passou por estas páginas. Banda tão fiável e de edições tão assíduas. Já se antecipava “=1” quase com uma piada adjacente. Aquela velha questão do “pode ser o último.” Não. Nada para os Deep Purple.
Vêm de um relaxado e praticamente obsoleto álbum de covers, “Turning to Crime,” o que podia equivaler ao último contra-ataque no final de uma muito longa peladinha, antes de pegarem na bola e irem para casa… E afinal ainda há este gás todo na lendária banda da “Smoke on the Water.” Até lhes perdoamos a basófia com que vendem este “=1,” como sendo um autêntico e total retorno à década de 70. Não dá para tanto, não são os jovens daqueles tempos. Mas é uma recriação do que fizeram nos anos de glória da sua carreira, sim. São os Deep Purple a usar-se a si próprios como referência, um hard rock maroto pelo meio de alguns números emocionais, é o boogie gingão, são os blues intensos. Já é difícil ser aquele protometal do início, mas criam e divertem-se como se estivessem a compor e a editar o sucessor directo do “Perfect Strangers,” e com a confiança que um clássico como esse permite. Só assim conseguem ainda fazer uma “Bleeding Obvious.”
Claro que a voz de Ian Gillan já não pode soar tal e qual como noutros tempos. Mas Gillan já está demasiado perto dos 80 anos para o quão bem ainda soa aqui e para aquela berraria que monta numa parte da “Now You’re Talkin’.” A injecção de sangue novo é aqui feita através de Simon McBride, novo guitarrista que substitui o retirado Steve Morse. E o antigo guitarrista dos Sweet Savage está, basicamente, a emular o seu ídolo com dignidade. Tal como já anda o teclista Don Airey a fazer há duas décadas e a manter os omnipresentes teclados como parte tão central da identidade dos Deep Purple, quer eles queiram rockar com alguma dureza mais, ou suavizar uns blues. Celebram-se a si próprios e, não estivéssemos realmente tão impressionados como estamos com eles, também seriam eles agora os seus maiores fãs. Juventude e boa forma desta não se ensina e não podemos dá-la como garantida. Mesmo que já tenhamos um esgar tão gozão como o de Ian Gillan em algumas das letras, ao pensarmos… Este não é o último, pois não?
Pictures of You, I’m Saying Nothin’, Bleeding Obvious
Uriah Heep, The Rolling Stones, Rainbow