Deströyer 666

Never Surrender
2022 | Season of Mist | Black/thrash metal

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Alguém pediu alguma surpresa? É que se é o caso, então esta não é a encomenda que esperam. Os Deströyer 666 mantêm a mesma atitude “sem bullshit” e de pontapé para a frente e “Never Surrender” é para singrar, mas não é para inventar ou reinventar alguma coisa. Black e thrash metal. Mais ali na origem em comum de ambos do que fundidos. E já há uma ideia para o que vão a partir dos cinco anteriores.

Infelizmente há aquele elefante na sala e este novo álbum podia provocar receio ou vir numa de compensação. É sabido que são gajos de andar a dizer coisas que não devem, especialmente KK Warslut, nem que seja só para serem muito polémicos, e já ficaram marcados. “Never Surrender” podia ser aquele álbum reaccionário. Mas parece que a essência é a mesma. Pelo sim e pelo não, não prestamos muita atenção às letras e aceitamos que seja tudo para a imagem muito “edgy.” Que normalmente vem em compensação de alguma coisa. Sem necessidade. “Never Surrender” volta a confirmar que não precisam disso e que o veneno e perigo que podemos associar está todo na sua música, nos riffs rápidos, no refrão simples, entoável mas bruto. Na adoração a Venom e às raízes do thrash – até mesmo do teutónico há aqui muito – que também nós temos. Com isso nos identificamos todos.

Através da sua fidelidade a si próprios e às suas referências, não se confundem com bandas da actualidade. Dos que colocariam um selo a dizer “old school” em todas as capas, se pudessem. A prosseguir a mesma abordagem de um outro demónio injectado naquilo que já teriam feito os Venom ou os Hellhammer, passam por mais uma banda de black metal da primeira onda. Até Bathory do mais épico salta à baila em “Batavia’s Graveyard.” Mas felizmente há suficiente identidade em “Never Surrender” e em todos os seus antecessores para que não passem por alguém ou fiquem como mais uns genéricos da brincadeira do “war metal.” É um disco muito simples que provavelmente não vai tirar o lugar a qualquer outro entre favoritos, mas traz as malhas como a faixa-título, “Andraste,” “Grave Raiders” ou “Savage Rights” a prometer cantoria embriagada nos concertos. Desde que o Warslut não se ponha para lá a dizer disparates, claro.

Músicas em destaque:

Never Surrender, Grave Raiders, Batavia’s Graveyard

És capaz de gostar também de:

Toxic Holocaust, Destruction, Goatwhore


sobre o autor

Christopher Monteiro

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