É Primavera e existem várias poeiras no ar. As que tramam alergias e as que são levantadas por algo como um novo disco dos Destroyers of All, finalmente com o sucessor de “The Vile Manifesto.” Levaram o seu tempo, o suficiente para se sentirem as saudades e regressam ao panorama de um thrash heterogéneo que podem muito bem encabeçar. “In Darkness We Remain,” dizem eles. Nem têm que partir para outro sítio qualquer.

Para um novo registo, já o terceiro, os Destroyers of All vêm estabelecer-se como veteranos. E movimentos circulares, só na pit. A banda de Coimbra só sabe andar para a frente e “In Darkness We Remain” é a experiência de quantas coisas dá para inserir no seu thrash, já ele versátil e capaz de pescar aos outros subgéneros irmãos, sem o florear ou perder identidade. E fazem-no sem qualquer indício de estarem aqui a apalpar terreno. Encontram-se devaneios sinfónicos, mesmo que saibam manter a subtileza. Há surpreendentes influências orientais. E, de todas as centenas de adaptações dos Beatles, ainda não ouviram uma como esta “While My Guitar Gently Weeps.” O peso e a agressividade não estão, em algum momento, comprometidos.

Temos que reconhecer uma coisa, que até permite mais aclamação. Apesar das diferentes influências a conviver e a enriquecer, dá perfeitamente para equiparar com outros actos bem reconhecidos no panorama de thrash/groove que temos por cá, com boa representação, e também com alguma abundância. E podiam simplesmente aceitar isso e fazer um álbum simples desse estilo, que cumpriria na perfeição e saltaria logo para o topo da cena. Mas não se quiseram ficar por aí. Não há cá amarras na música dos Destroyers of All e são rapazes de arregaçar as mangas e partir para aprofundar e enriquecer essa personalidade. “In Darkness We Remain” é um conjunto de malhas, assim só, mas com muito mais que se lhe diga.