Devin Townsend

Empath
2019 | HevyDevy Records, InsideOut Music | Metal progressivo

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A escala da maluqueira e do quanto se pode fazer num só disco, da criatividade sem medos, volta a aumentar. Devin Townsend tem um novo disco. Chama-se apenas “Empath” e a simplicidade fica-se aí pelo título e pelo rótulo de identificação, sem confusões para o que é Devin Townsend Project ou Devin Townsend Band, este é um dos que está simplesmente em nome próprio. Para facilitar. E porque é aí que tem os seus melhores, como prova este “Empath.

Os estapafúrdios 74 minutos que compõem este trabalho são tudo menos simples ou directos. No que podia ser uma autêntica salganhada de estilos e disposições, aqui resulta como uma perfeita representação da criatividade de Townsend, pintando um pouco daquilo que é o quadro sonoro da mente do canadiano. O caldo pode ser descrito como a junção de tudo o que Townsend já fez, com mais qualquer coisa que nem sabíamos que cabia ali. Numa harmonia que não é suposto. Existe um disco inteiro nos 23 minutos de “Singularity” e já esse é bastante esquizofrénico por si. Ao todo, existe demasiado metal progressivo, orquestrado de forma cinematográfica, com espaço até para laivos de death metal, sempre com alguma passagem electrónica surpreendente, um adoçante pop que não prejudica a saúde e muita coisa à Strapping Young Lad como já não fazia desde os tempos dos ditos cujos, para descrever o disco com qualquer concreção.

Acompanha-se de convidados de luxo com coros da habitual Anneke van Giersbergen e Chad Kroeger – sim, esse mesmo – ou uma guitarrada de Steve Vai a concluir a longa duração, que até passou muito depressa. Mas baseia tudo nele mesmo, na sua capacidade de compositor criativo e performer, que junta à sua ginástica vocal – se este e o Mike Patton se juntassem para alguma coisa, o Universo implodia e virava buraco negro, qual M87* – para que “Empath” surpreenda mesmo que seja isto que já esperamos dele. Uma viagem intergaláctica e/ou interdimensional. Nem sabemos por onde andámos, mas queremos lá voltar. A maneira mais simples de descrever o disco: a coisa mais Devin Townsend alguma vez já feita, que é o mais assustador e elogioso que se pode arranjar.

Músicas em destaque:

Spirits Wills Collide, Hear Me, Singularity

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sobre o autor

Christopher Monteiro

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