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Uma introdução instrumental a abrir e faz-nos levantar questões sobre a sua utilidade. Desde quando é que estes tipos têm espaço que precisem de encher? Um avanço e lá entra aquela exibição na bateria e percebemos logo qual o propósito. São as boas-vindas de volta, os Dream Theater não serão das bandas mais subtis nalguma coisa e, inevitavelmente, o novo “Parasomnia” torna-se um álbum celebratório.
Claro que o falatório é automático quando temos o regresso de Mike Portnoy à bateria e isso proporciona uma peculiar reacção da imprensa especializada, ao anunciar e comemorar os Dream Theater estarem de volta. Como se tivessem ido a algum lado. E como se existisse alguma incompetência a apontar a Mike Mangini e aos discos em que participou. É mesmo a recuperação de um “feel,” a reunião leva-nos de volta aos clássicos. Fá-lo-ia mesmo que não fosse pescar lá. Mas calha que “Parasomnia” será mesmo dos discos mais pesados e obscuros desde ali um “Train of Thoughts” ou um “Systematic Chaos.” Já estamos a resgatar relíquias dos bons tempos e é isso que tem tanto peso aqui. Era o que faltava, agora os Dream Theater também se tornarem um acto nostálgico. Quase. Estão aqui a soar iguaizinhos a si mesmos, com os seus tiques habituais, mas com uma força e um foco que realmente talvez não se sinta desde o “Black Clouds & Silver Linings.”
O virtuosismo é o de sempre, canções curtas continuam a ser um tabu. É uma banda progressiva que adora deambular por longas passagens instrumentais técnicas, mas que consiga ter canções presas na nossa cabeça e que não deixem o exibicionismo engolir-se a si próprio – como num ambicioso “The Astonishing” que tinha muita parra para pouca uva. Com um simples conceito à volta de distúrbios de sono, desde sonambulismo, paralisia do sono, pesadelos, insónias, e outros problemas, fazem-no de forma que não nos façam adormecer. Nem no épico de vinte minutos, ali ao fim, que também não podia faltar. Podia estar aqui a detalhar-se os pormenores técnicos, a gabar o desempenho de Portnoy, a salientar aquele fantástico solo de Petrucci deste tema, aquela passagem pesadona daquele, ou como também Rudess é igualmente estonteante no virtuosismo das suas teclas. Mas essa parte já sabemos, estes gajos já andam aqui há quatro décadas, já lhe conhecemos os talentos. Conseguir manter esta intensidade e relevo a esta altura do campeonato é que acaba por ser obra maior.
Night Terror, Dead Asleep, The Shadow Man Incident
Symphony X, Fates Warning, Ayreon