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É bem possível que o falatório à volta do projecto Dreams of Doom seja crescente. Mesmo sendo relativamente novo e tendo aqui a sua estreia, está longe de ser algo feito por amadores. Muito pelo contrário, é fruto da cabeça de um nome bastante soante no panorama pesado português. Augusto Peixoto. Se um mais distraído não reconhece logo, é fácil de verificar. Se têm uma rica representação portuguesa na vossa prateleira de CDs, vão lá ver os créditos de alguns. É muito provável que tenham algum com capa da sua autoria. Mas nem só de pincéis se mune e também costuma ter mãos ocupadas com baquetas e já integrou nomes de importância como Head:Stoned, Dove, Circles, HOST ou In Solitude – é, nós tínhamos uns, antes.
“Symphony in a Profound Darkness” será o seu projecto mais pessoal, do qual é realmente a parte mais nuclear. Acompanha-se de Luís Oliveira, dos Living Tales, para os solos de guitarra e de um músico internacional anónimo que ajudou em vários instrumentos. Mas tudo em Dreams of Doom é Augusto Peixoto, é a sua alma que é aqui depositada. Curiosamente, afasta-se da vertente mais melódica das suas antigas bandas e agarra-se ao death doom cru, de raíz. É música impactante, atmosférica e que nos arrasta à força, mesmo que não se deixe levar tanto por passagens longas e repetitivas. Também procura o dinamismo. Não cai no fúnebre, e prefere o caos mesmo que também não nos leve para lá directamente e nos deixe mais com a sensação de iminência, ou de olho do furacão.
É um disco negro, que procura a intensidade compacta. De duração curta – com introduções e interlúdios cuja utilidade pode ser questionada por algum ou outro ouvinte – e sem procurar esticar muito. É um monstro que assusta e deixa a sua impressão imediata e rapidamente. Tem toda a vibe de projecto a solo caseiro e algumas passagens podem fazer lembrar algo saído do mais recente trabalho de Sacred Son. Mas enquanto esse fananico anda a brincar às capas hilariantes e a deixar ser essa gimmick o que mais se destaque, nos Dreams of Doom, tudo se completa, tudo encaixa, desde a imagem à música, àquela assombrosa passagem de teclados de “Paths of Eternal Obscurity” e ao solo de guitarra quase de rock clássico perto do fim da mesma. O que não falta em “Symphony in a Profound Darkness” é genuinidade. E as emoções que Augusto Peixoto aqui descarrega são cruas e reais.
Gallery of the Twisted Design (A Chorus of Despair), Path of Eternal Obscurity, Dreams of Doom
Winter, My Dying Bride, Funeral