Dying Fetus

Make Them Beg for Death
2023 | Relapse Records | Death metal

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Já sabíamos que eles eram os “wrong ones to fuck with,” mas quiseram demonstrá-lo na mesma. Já vão mais de trinta anos de carreira, até os perdoaríamos se quisessem abrandar, por muito desapontante que isso fosse. Mas parece que os próprios Dying Fetus não se perdoariam a eles mesmos e “Make Them Beg for Death” é mais uma sova daquelas.

Sempre foram os maiores na sua tão pesada cena capaz de ir a dois pontos tão díspares do death metal. Se até chateia muito do death metal mais técnico cheio de shredding, aqui os Dying Fetus tinham disso às carradas, como nos clássicos “Killing on Adrenaline” ou “Destroy the Opposition,” que poderão ser dos melhores álbuns de death metal de sempre, se permitirem alguma ousadia a um escriba que acha mesmo isso há muito tempo. Mas então, e a porrada? Calha que estes pesadões de Maryland também são senhores do slam e a simplicidade de “Reign Supreme”, clássico-chave dos dias mais recentes da banda, até é capaz de chamar alguns putos do deathcore a bater-nos à porta para saber o que está a tocar. E a brutalidade e estilo característico dos Dying Fetus mantém-se intocável. Não é preciso defendê-los quando se sente o excesso de uma coisa ou outra. São eles quem dominam o balanço entre os dois. Comprovado em “Make Them Beg for Death,” um manual de instruções de como o fazer, que pouquíssimos conseguirão reproduzir, mesmo seguindo-o à letra.

Desde a voz aos riffs de John Gallagher, o desenfreamento de Trey Williams na bateria e aquela dualidade de vozes… Tudo é inconfundível. A marca é logo reconhecível, mas não é por isso que há conforto. O que falta em surpresas compensa-se em brutalidade e quando pensamos nós que temos uma pausa para descansar o pescoço, lá vem outro riff gordo de outro lado. Entra à chapada, sem pedir grande licença e só para quando gastou os cartuchos de breakdowns e shreds. Com a política ainda no banco de trás, bem reduzida em relação a outros tempos, trazem hooks como só eles sabem fazer mantendo tanta brutalidade, riffs e passagens memoráveis e até alguns saborosos throwbacks, como a brevidade de “Throw Them in the Van” ou a introdução de “Hero’s Grave,” assim mesmo à “Fornication Terrorists.” “Make Them Beg for Death” enquanto implorámos nós por mais disto. Mas noutro sítio não há. São os maiores, simplesmente.

Músicas em destaque:

Compulsion for Cruelty, Feast of Ashes, Subterfuge

És capaz de gostar também de:

Suffocation, Cryptopsy, Deicide


sobre o autor

Christopher Monteiro

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