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Nem sempre a longevidade traz tudo, e no caso dos Ektomorf, destacáveis como um dos poucos actos pesados saídos da Hungria com uma decente exposição internacional, ainda não são os mais de vinte anos de carreira e os já quinze álbuns – é que ainda por cima são de lançamentos assíduos – que os elevem além do rodapé da música pesada mais extrema. Claro que “Reborn” será mais um álbum seguro que não vai remexer grande coisa.
O mais frequente e que pode tornar-se incomodativo é a colagem às referências e há uma à qual nunca escapam. Com o seu som modernizado mais groove e influências tribais, os Ektomorf sempre foram vistos como uma espécie de equipa B dos Soulfly. Não os atrapalhou muito, sabem fazer malhas com a pica toda no sítio e há mesmo uma noção dentro da sua base de fãs que não é a originalidade, ou sequer muita identidade, que os torna apelativos. E assim andaram toda uma carreira, desfrute-se um novo disco mas isso raramente é evento de notar. “Reborn” varia um pouco, na medida em que estão menos groove moderno, e mais thrash à antiga, como eles já antes foram. Presença de Soulfly – e Sepultura, claro – na mesma, mas também já desfilam os nomes da velha guarda. Continuam colados a referências e, seja mesmo um tributo completamente intencional, mas é difícil não ouvir apenas uma “Battery” mal disfarçada com um traje barato quando ouvimos “Where the Hate Conceives.” E são esses nomes mais clássicos que se sentem aqui, mais Metallica e Slayer. Mas continua-se a falar mais de toda a gente do que dos Ektomorf, na sua própria música.
Quem procura exactamente isto saírá agradado. Não é a competência dos músicos ou a pujança das malhas que está em causa. Para fãs de thrash, tanto da velocidade antiga, como do músculo moderno, “Reborn” é um disco a ouvir, mesmo que não muitas vezes. A fraqueza é a mesma. Lá pode ter trocado as referências mais modernas pelas mais antigas, mas continuam colados a elas. E não se retira qualquer coisa às malhas aqui existentes, mas também elas vêm acrescentar nada aos Ektomorf ou ao panorama em que se inserem.
Reborn, Fear Me, Forsaken
Soulfly, Sepultura, Evile