Ensiferum

Thalassic
2020 | Metal Blade Records | Power metal sinfónico, Folk metal

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Tal como o folk metal em si, as suas maiores e principais bandas deixaram-se adormecer ou estagnar. Os Ensiferum foram uns gigantes no género e atingiram o pico ali por volta do “From Afar” antes de muitos fãs decidirem uma dieta do hidromel e desconectar-se um pouco da banda Finlandesa. E até nem foram dos que se deixaram estagnar mais, mesmo sem a atenção de outros tempos, sempre foram tentando algumas coisas novas. Mesmo assim “Thalassic” pode chegar como uma chocante mudança radical.

Se já deixavam espreitar uma influência sinfónica, “Thalassic” rende-se totalmente a essa vertente. O que domina são as vozes limpas e, com o mar como cenário, viram uma banda de power metal épico mais pirata do que viking. Menos agarrados a um folk pagão obscuro que pudessem partilhar com uns Equilibrium e bem mais sinfónicos à laia de uns Rhapsody; mais interessados em brincadeiras de piratas como se procurassem eles tornar-se uns novos Running Wild – um título como “Rum, Women, Victory” é descarado que chegue? – em vez de ser uns companheiros de bedida dos Finntroll ou dos Korpiklaani – uma “Midsummer Magic” a aproximar-se mais dessa faceta se ela já for saudosista; e muito mais power metal de punho em riste, a batalhar no mar como os Sabaton fazem em terra, do que death metal melódico que originou os Wintersun e servia de perfeita distracção para quando se tinha que esperar vidas por uma novidade desses mesmos.

É uma nova faceta com tudo para causar estranheza, pode mesmo parecer uma banda nova, que agrade com um épico a pescar mais a Amorphis ou Amon Amarth, como “Andromeda” e cause muito cepticismo com uma “Cold Northland” que, sem ousar recriar uma odisseia à Symphony X, sempre pende mais para lá do que para a alegria de uns Turisas. É voz limpa que mais governa aqui, sem que Petri Lindroos deixe de berrar, com vários membros a cantar, o que também deixará alguns fãs de pé atrás, mesmo que se ouçam algumas surpreendentes comparações a um jovem Geoff Tate em “The Defence of the Sampo,” por exemplo. Falou-se em “From Afar” logo ao início, como aquela paixão longínqua dos fãs que parece que foi e já não volta. E não volta mesmo, mas este náutico “Thalassic” é a maior prova de risco, inovação e ambição desde esse amado disco de 2009. Claro que ainda é um choque muito frontal, mas pode abrir portas para uns novos Ensiferum, ainda com as suas dores de crescimento nesta sua nova forma.

Músicas em destaque:

Andromeda, The Defence of the Sampo, One with the Sea

És capaz de gostar também de:

Turisas, Blind Guardian, Wintersun


sobre o autor

Christopher Monteiro

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