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Já sabemos que o metal sinfónico teve aquela enchente que transbordou, comprovou os seus valores, demonstrou os seus excessos e acalmou. Hoje ainda se encontra, com novos actos que aparecem a manter-se um pouco mais discretos. A filtragem foi feita com esse abrandamento e os que estavam por cima, na altura, não têm qualquer dificuldade em continuar exactamente na mesma vertente que antes, com quantos amadurecimentos se consigam nesse tempo – duas décadas é um tempo – e com o mesmo relevo. Felizmente para os Epica, ganharam esse destaque logo mal apareceram, e hoje têm um “Aspiral” honesto, sólido mas que se nota, claramente, que já foi feito à vontade.
Foi só a parte visual que surpreendeu. A tal capa “que nem parecia deles.” De resto, o conteúdo é território familiar para estes Holandeses que, nem que seja por maior assiduidade, talvez já tenham tirado o trono disto aos Nightwish. É um disco longo, que encontra coesão entre os temas mais progressivos e os temas mais directos. Não procuraram o já quase tradicional longo tema instrumental, e talvez procurem mais uma linha narrativa abstracta que ajuda à solidez da hora completa que dura o álbum. Isso e também já é completamente inegável o protagonismo de Simone Simons, que comanda as canções para os campos melódicos aos quais nunca foram estranhos, mas que pode ter aqui dos seus temas mais acessíveis. Não a encontrar uma nova vertente mais pop, mas sim a retroceder aos hinos que se encontravam nos já clássicos “The Divine Conspiracy” e “Design Your Universe.”
“Cross the Divide” e “Arcana” abrem as hostes nesse registo, mas assim que chega a “Darkness Dies in Light,” já notamos logo que andam atrás do fantástico e retomam a sua clássica saga “A New Age Dawns.” Portanto, o território é familiar. Volta a reforçar-se que os Epica já não precisam de inventar muito. Isto já é muito deles e só têm que saber fazer isto soar tão relevante e de interesse como em 2007 ou 2010. Moderniza-se qualquer coisa que seja preciso, claro, que o breakdown de “Fight to Survive – The Overview Effect” vem direitinho do metalcore, admitamos. E a missão é não soarem cansados ou cansativos. “Aspiral” é um disco seguro, mas bastante dinâmico e divertido. Até induz em erro de que podem fazer sempre a mesma coisa que isto já está garantido. Na verdade, eles sabem como fazer quase a mesma coisa. Sabem como ser os Epica, sem embaraços ou atrapalhações temporais de “modas passadas.”
Cross the Divide, Darkness Dies in Light, T.I.M.E.
Nightwish, Xandria, Edenbridge