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Quebre-se o silêncio com estardalhaço em condições. Já se sentiam os oito anos de ausência dos Evile, que até pareciam já ter a passada para se tornarem dos precursores do thrash metal reanimado e arrebitado deste milénio, com igual número de tiques modernos e old school. A coisa enegrecia, o verdadeiro risco era de que a malta se esquecesse dos Evile. Mas dado o entusiasmo com que se antecipou a chegada deste “Hell Unleashed,” parecia haver uma multidão pronta para os receber.
Primeiro, o elefante na sala: a ausência do vocalista Matt Drake, numa altura em que já lhe era reconhecível a voz, tanto a cuspir cólera como a cantar um pouco mais “a sério”. A preocupação foi apenas em encontrar novo guitarrista-ritmo, com a vocalização principal a ficar a cargo do irmão Oli, guitarrista principal, que aqui se chega ao centro e ocupa novo posto. Já lidaram com perdas de membros bem mais trágicas, como a morte do baixista Mike Alexander em 2009, portanto não é alarmante ver uma transição mais suave como esta. Sem mexer muito no núcleo da banda, basta saberem dar seguimento ao que sabem fazer. Mas não esperem aquela faceta mais melódica para a qual andavam a pender, especialmente no “Five Serpent’s Teeth.” Este sangue na guelra segue aquilo que os Evile faziam mais perto do início, especialmente no “Enter the Grave,” com uma entrada tão desenfreada como quem arromba uma porta – “Paralyser” é a primeira faixa e já requer um intervalinho para descansar – e uma procura aparentemente intencional de recuperar alguma raiva “perdida” e adequada aos tempos actuais.
Bem menos Metallica e bem mais Slayer – e não foram poucos os que apontaram o notável parentesco entre “Incarcerated” e o clássico “Seasons in the Abyss” – e menos refrão de estádio e mais brutalidade de pé colado no acelerador. Aproveita-se a voz ríspida de Oli Drake para se aproximar também este “Hell Unleashed” do death metal, ainda para mais quando até as influências de uns Sepultura se tornam tão mais evidentes e ainda têm a audácia de incluir uma cover dos Mortician, lendas do death/grind. Não se quiseram ficar por menos. Se esperámos oito anos pelo regresso destes thrasheiros Ingleses, a recompensa que recebemos é a do seu álbum mais poderoso e violento, assim só.
Paralysed, Disorder, The Thing (1982)
Exodus, Death Angel, Bonded by Blood