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Cada um consome o que quiser mas, se a música mais pesada e barulhenta ainda for um alvo fácil para se retirar mérito, cá estaremos sempre para defender que até é necessária e essencial. Na chatice da rotina diária de “Wake up at 6 AM / Go to work, go to school / Everyday, everyday, everyday, everyday” que quase leva o mais comum mortal a descambar para um “Kill your boss / Kill your boss / Everyday, everyday, everyday, everyday,” não dá jeito ter outro tresloucado a berrar isso por nós, por entre riffs imundos que conseguem ter tanta cólera neles depositados?
É nessa nota poética que os Eyehategod fecham o novo “A History of Nomadic Behavior,” um título muito autobiográfico, com uma “Every Thing, Every Day” que não consegue não se tornar humorística. Mas nem é preciso tanto para situar os Eyehategod, monstros que encabeçam todo o sludge, de riffs sujos, acutilantes e viscerais. Lendas de tudo o que seja desagradável e insultuoso, no tom mais elogioso com que se possam empregar esses adjectivos. Chega após um prolongado período de dificuldades, sete anos após o último petardo auto-intitulado. Talvez tudo isso tenha construído uma expectativa que terá magoado ainda mais um disco que não está no topo do catálogo destes ruidosos do Louisiana.
“A History of Nomadic Behavior” está longe de ser um mau disco, talvez sofra mais com a comparação aos antecessores e com a produção. O que se quer num álbum dos Eyehategod está cá, há riffalhões da escola Melvins como em “Built Beneath the Lies” ou “High Risk Trigger,” algumas demonstrações do típico “mandar-vir” vocal de Mike IX Williams, como em “The Trial of Johnny Cancer” ou na já citada “Every Thing, Every Day” com as letras sempre a sair-lhe das vísceras – que incluem o novo fígado, que o seu estilo de vida tem que lhe causar sarilhos de vez em quando. Há malhas suficientemente boas para levantar as outras que aqui se encontram mais a meio-gás, sendo o verdadeiro ponto fraco a tal infame produção que deixa estes temas demasiado polidos para o quão lamacentos gostamos que os Eyehategod soem. “A History of Nomadic Behavior” pode perder para outros registos dos próprios, mas ainda ganha a muitos concorrentes. Que eles até podem odiar e negar o termo “sludge” para eles, mas quando vamos à procura de algo com esse rótulo, o que queremos está bem dentro disto.
Built Beneath the Lies, High Risk Trigger, Every Thing Every Day
Melvins, 16, Acid Bath