//pagead2.googlesyndication.com/pagead/js/adsbygoogle.js
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});
Mudanças significativas de formação nos Fleshgod Apocalypse pode implicar um período de profunda mudança. O vocalista Tommaso Riccardi e o guitarrista Cristiano Trionfera abandonaram, fazendo o talentoso baterista e líder Francesco Paoli explorar a sua versatilidade e deixar o seu kit e passar para a frente para preencher as vagas. “Veleno” pode ser, já a partir daí, o disco de reinvenção dos sempre ambiciosos Fleshgod Apocalypse.
Chamemos-lhe antes o disco do equilíbrio. Porque não se perde uma pinga do aspecto teatral dos Italianos – então no que diz respeito à imagem, ninguém lhes tira as fatiotas – mas já parecem querer dar novo destaque ao peso das guitarras e trazer os riffs à superfície, em vez de os deixar soterrados sob as orquestrações. Outrora uma ambiciosa e inusual banda de death metal técnico, foram deixando entrar as influências sinfónicas, impressionando uns e alienando outros, até culminar em “King” o derradeiro registo clássico, over-the-top e cinematográfico. “Veleno” faz as duas partes jogar melhor em conjunto, sem a timidez de “Agony” ou do EP “Mafia,” registos que iniciaram a jornada pelos majestosos campos da música extrema orquestrada.
A harmonia entre essas suas duas vertentes sente-se bem no disco em geral, mas também se pode sentir uma divisão de ênfase, com a orquestração e sinfonia a servir de principal guia em temas como “Sugar,” “Monnalisa” ou “Absinthe” – o dueto vocal com a berraria do baixista Paolo Rossi como nesta e em “Embrace the Oblivion” transporta-os para territórios mais Dimmu Borgir – e a parte mais brutal do death metal, do mais pesado que já lançaram em anos, mais patente em algumas malhas como “Fury,” “Carnivorous Limb” ou “Worship and Forget.” O auxílio vocal operático feminino de Veronica Bordacchini inevitavelmente faz lembrar “aquelas” bandas sinfónicas mas com uma “The Day We’ll Be Gone” a ser um grande destaque do álbum, não há queixa a apontar. Um passo atrás para quem deixou o queixo cair com as extravagâncias de “King,” mas um passo na direcção certa para quem se preocupava com os excessos. O tal disco do equilíbrio, entre a sinfonia e o peso, entre a brutalidade e a melodia, até mesmo a produção naturaliza-se mais um pouco. Pode ser este o culminar e o ponto que procuram desde “Labyrinth.”
Carnivorous Lamb, The Day We’ll Be Gone, Embrace the Oblivion
Septicflesh, Carach Angren, Ex Deo