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Parece que a informação ainda não clicou totalmente, parece que não compreendemos ou é mesmo só a velha negação. Taylor Hawkins, dos mais carismáticos bateristas, partiu mesmo. “But Here We Are”, é mesmo caso para o dizer e, para lidarmos, os próprios Foo Fighters são os mais indicados para nos ajudar. Com uma experiência catártica e emocional.
Despacham-se logo as não-surpresas deste primeiro passo da nova etapa dos Foo Fighters. A primeira é quem trata de gravar a bateria, como se fosse preciso ir muito longe para buscar um baterista que até já tenha tocado num disco lendário ou outro. A segunda é mais óbvia ainda: para quem é isto dirigido. Qual a grande presença, mesmo que não física, em todas estas canções e letras comoventes. Também é a falecida mãe de Dave, já nossa conhecida, mas é claro que estamos livres de qualquer culpa por acharmos que um dos melhores álbuns dos Foo Fighters em tempos chega-nos depois da partida de Taylor. Ele está muito presente. Mas como “there’s no gettin’ over it,” juntámo-nos à jornada emocional de Dave Grohl, com os habituais hinos da marca Foos, mas com o seu conteúdo mais profundo e arrepiante e com alguma ingenuidade musical dos tempos iniciais – aqui estamos mesmo a parafrasear o próprio Dave – para que experimentemos aqui todo o tipo de diferentes cruezas.
A diversão não fica para trás, com certeza Taylor também não o quereria, e evitam a saída fácil do álbum triste e baladeiro, até porque isso foi uma experiência consciente do “Echoes, Silence, Patience & Grace.” Não se rendem só às surpresas – como a voz de Violet Grohl em “Show Me How” ou um épico de 10 minutos em “The Teacher” – ou ao banal – que defenderemos sempre os registos mais recentes, mas também notamos que já existia algum conformismo e automatismo em algumas coisas. Querem mesmo um luto colectivo positivo, bem representado pela capa branca, uma experiência partilhada por todos que também sentimos que perdemos ali um amigo. Uma vontade de cantar malhas novas, que puxam bem para isso, enquanto se enche mais um estádio para provar que ainda cá estamos todos. E, mesmo assim, sem evitar os nós na garganta, especialmente ao fim quando se repete “Rest, you can rest now / Rest, you will be safe now.” A tal presença espiritual de alguém que será sempre membro dos Foo Fighters ajuda a termos o melhor disco desde o “Wasting Light.”
Show Me How, The Teacher, Rest
Foo Fighters dos 90s, A parte mais melancólica do “In Your Honor”