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Já faz muito tempo desde que os Franz Ferdinand estavam na berra. Se, na altura, muito miúdo que saltava com eles não sabia do arquiduque que lhes deu o nome, hoje já é bastante seguro assumir que os miúdos também já não sabem da banda com o mesmo nome. “The Human Fear” é já o sexto disco dos Escoceses e aborda vários temas relacionados com medo. E poderia muito bem abordar o próprio medo de serem só um acto nostálgico ou de terem que comprovar o seu próprio relevo.
“The Human Fear” não se confunde com qualquer outra coisa, é mesmo Franz Ferdinand sem dúvida, mesmo com as evoluções sonoras e mudanças de alinhamento que se tenham dado pelo caminho. Mantém o caminho mais dançável e poderá ter maior paralelismo com “Tonight,” terceiro da trilogia da ribalta. Será sempre comparado com aqueles três primeiros já clássicos e é aí que está a sua desvantagem. Há realmente muito de contagiante nestas canções, mas procura-se uma “hook” tão viciante que prenda tanto como os seus velhos êxitos. É que há uma razão para muito bar na vossa redondeza ainda dar a “Take Me Out” quase todos os fins-de-semana e ela já estar a tocar na vossa cabeça desde que leram o título ou desde que viram o nome deles. E não foi um tiro no escuro que calhou bem, têm muitas mais dessas. “The Human Fear” também as tem mas mais tímidas.
Mas, por entre temas realmente mais questionáveis, como a experiência de “Black Eyelashes,” que não parece ter corrido tão bem, ou “The Doctor” que nos chega a fazer questionar se aquilo é realmente o refrão antes do verdadeiro arranque, lá há espaço para “The Huma Fear” ser um daqueles “growers” que precisam de umas audições extra para melhor absorção. Assim já se sente mais a velha essência Franz Ferdinand em “Build It Up,” “Night or Day” ou “The Birds,” deixa-se singrar melhor uma “Everydaydreamer” e até se lhe encontra um parentesco afastado com a “Ulysses,” e uma outra experiência synthpop como a de “Hooked” já cai melhor. “The Human Fear” acaba por ser um bom disco na mesma, mas não dá para ignorar a ironia de que, no tal álbum sobre medos, parecem ter feito todas as extravagâncias que fazem deles os Franz Ferdinand, mas… Um pouco a medo.
Audacious, Night or Day, The Birds
Kaiser Chiefs, Sparks, Kasabian