Full of Hell & Andrew Nolan

Scraping the Divine
2024 | Closed Casket Activities | Experimental, Avant-garde metal, Grindcore, Industrial, Noise, Drone

Partilha com os teus amigos

Para contextualizar acerca de Andrew Nolan, é um músico com um currículo de difícil ranking de barulheira, com imensas bandas diferentes, cada uma a causar mais ruído que a outra. Está num sítio confortável. E os Full of Hell já não precisam de qualquer apresentação, fregueses habituais destas páginas e outras que não dispensem a forma mais extrema da música. Juntos, castigam-nos os ouvidos com um vanguardista “Scraping the Divine.”

Não se estão a conhecer agora – já houve uma partilha de EP com os Full of Hell e os Intensive Care, uma das bandas de Nolan – portanto a química não foi difícil de encontrar. Muito menos o propósito. Que era armar uma chinfrineira perturbadora. A berraria de “Gradual Timeslip” já nos introduz para a categoria da sessão – e remonta a trabalhos que tenham com os The Body, que até faz lembrar ligeiramente – e por entre mais berros, ruídos industriais, um grindcore perverso e rude que bebe aos originais e por vezes até a clássicas referências Japonesas, também se encontram ali uns indícios de melodias. É mesmo. É de gente doente!

Como um monstro que evolui, começa a deixar essas ilusões de embelezamento para trás ao longo do disco, até chegar a “Approaching the Monolith,” a maior redução a cacofonia que aqui existe. Sim, essa é mesmo só noise e nunca devíamos estranhar. Para as faixas seguintes, mantém-se nessa vertente, por vezes com agressivas intervenções vocais por entre ruídos industriais a lembrar clássicos do power electronics e torturando-nos um pouco mais com o barulhento minimalismo do drone. Resulta demasiado bem com a primeira metade. Como se fosse a dor latejante depois da sova inicial. “Scraping the Divine” seria sempre um disco estranho. Seria sempre intenso porque há algo na água que os Full of Hell bebem que faz com que não percam o ímpeto mesmo com tanta edição. Os gajos não distinguem isso da quantidade e da qualidade e acham que dá para fazer tudo. Precisamos de coisas bizarras de vez em quando. Que contemos sempre com os Full of Hell e com qualquer uma da centena de bandas de Andrew Nolan. Juntos ou separados.

Músicas em destaque:

Gradual Timeslip, Sphere of Saturn, Common Miracles

És capaz de gostar também de:

The Body, Intensive Care, Gnaw Their Tongues


sobre o autor

Christopher Monteiro

Partilha com os teus amigos