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“Garden of Burning Apparitions” é o quinto álbum convencional dos Full of Hell e tal até é estranho de dizer, parecendo um número tão reduzido, dada a sua omnipresença no panorama extremo actual. Fruto das regulares colaborações, fazem por nos manter sempre entretidos. Ou a sarar feridas. Também pode soar estranho parecendo um número mais avançado, porque parece que foi ainda ontem que esses putos barulhentos da Pennsylvania apareceram a virar tudo de pernas para o ar. E realmente foi. O presente pertence-lhes.
E “Garden of Burning Apparitions” é mais um argumento válido. Como uma banda que já fez fama num género que empurra os limites do peso e do ruído… Não parece ter algo que os limite a eles. Partindo do caótico grindcore, é mais um álbum experimental, sem cair em devaneios estapafúrdios. É um petardo curto, composto por temas curtos, de nos destruir a pobre sala onde reproduzimos o disco. Mas, se o colocarmos a tocar novamente, enquanto tentamos arrumar a bagunça que a primeira audição deixou, começamos a aperceber-nos de cada vez mais pormenores, da identidade de cada um dos temas. Ainda não é desta que os Full of Hell se despem novamente ao puro hardcore, ou que fazem um estardalhaço daquilo a que realmente se classifica de “powerviolence” apenas com uma data de temas breves, de para-arranca.
Aqueles escapes matemáticos ainda continuam a acentuar a esquizofrenia da chinfrineira, mas também sabem quando abrandar para trazer um lamacento e monstruoso sludge, por vezes até death metal. O casamento de um grindcore mais tradicionalista com uma intensidade mais moderna. E claro, tem sempre que haver vendavais de noise. Se os três minutos dos temas “Derelict Satellite” e “Celestial Hierarch” vos intimidam, têm razão para isso: estão aí duas das vossas mais furiosas descargas de ruído, justificada pelo tipo de amizades que a banda desencanta – Merzbow associado à primeira e The Body comparável à segunda. Temos grindcore, de múltiplas faces, powerviolence, sludge metal, death metal da velha-guarda e do slam, noise, power electronics, até um punk mais directo, sem esquecer ali a “Reeking Tunnels.” E tudo a funcionar tão bem junto. E sim, como é costume, isto fica tudo feito em vinte breves minutinhos. Mas que aleijam.
Guided Blight, Industrial Messiah Complex, Reeking Tunnels
Nails, Fuming Mouth, The Body