//pagead2.googlesyndication.com/pagead/js/adsbygoogle.js
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});
Que barulheira que para aqui vai! Surpresa para quem? Quem é que esperava uns duetos sulistas ou um dream pop ambiental desta fusão? Os Full of Hell, com certeza muito bons rapazes, dada a quantidade de amigos que têm para colaborações, juntam-se agora aos colossais doomsters, que trabalham aqui na sua primeira colaboração que não seja um split. Juntos são mais fortes para fazer dos nossos ouvidos reféns. “Suffocating Hallucination” é um bom título. Soa bem e é capaz de ser uma boa descrição para a cacofonia que aqui ouvimos.
Recorramos ao nosso hábito. A muito bom barulhinho já nos habituaram as duas bandas para termos uma boa noção do que aqui se passará. Realmente funde o que os dois têm de bom e temeroso. Não há muito da velocidade do grindcore dos Full of Hell, mas a sua marca ainda está lá, como se essa fúria quisesse libertar-se das entranhas do monstro noise que o engoliu e ouvíssemos essa sua luta. Como se retirássemos indícios de melodia e riffs palpáveis ao sludge e ficássemos só com a sua sujidade – mas olhem que eles também existem, se ouvirem com atenção. Recorre ao drone e ao ambiente para tornar a coisa mais medonha ainda. E adoramos, pois claro. Uma perfeita resposta para quem queira entrar pela vossa sala ou quarto dentro, onde toque este disco, a reclamar que é só barulho. É mesmo, concordamos nós, e aumentamos um pouquinho o volume, que pode apanhar ali o preciso momento de um feedback a ranger, que é mesmo para mandar a pessoa embora.
Mas como não podia ser simples, ou um mero registo de harsh noise à moda de Merzbow, – outro amigo dos Full of Hell – há mais méritos além disso. Que é na estrutura destes bichos a que chamamos canções, que há aqui muita construção, por pouquíssimo ortodoxa que seja. “Rubble Home,” por exemplo. O seu início até tenta fazer-se passar por canção mesmo, até desistir de nos tentar enganar e deixar transformar-se em chinfrim. E o ambiente de “Dwindling Will,” que reduz no noise em camadas. Mas não é por isso que se torna agradável, é aquele ambiente que nos faz olhar para trás a ver quem nos observa ou persegue. E afinal quem andava atrás de nós era “Tunnels to God,” aquele tremendo fecho, malha onde há de tudo, até algumas coisas capazes de nos ficar na cabeça. Haver disso ainda assusta mais. Mais um sucesso para ambas as bandas e os Full of Hell continuam a ser fiáveis para nos deixar os miolos em papa, em conjunto com mais alguém talentoso. Não há muito mais a dizer, é praticamente o quão extrema a música consegue ficar.
Rubble Home, Dwindling Will, Tunnels to God
The Body, Thou, Merzbow