Grand Magus

Sunraven
2024 | Nuclear Blast | Heavy/doom metal

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Existirão poucas discografias tão consistentes como a dos Suecos Grand Magus, que já deixavam saudades, cinco anos após “Wolf God.” Apesar de tudo, há sempre aquele temor de que essa consistência se transforme em estagnação. Acontece sem nos darmos conta. É quando olhamos para trás e notamos que o “Wolf God” era bom mas não nos causou a mesma mossa que o “Hammer of the North” que pensamos que essa adquirida segurança pode começar a esbater o interesse.

Sunraven” parece mesmo aquele refresh após umas férias. Souberam exactamente como actuar. Aquela forma inteligente de se tornarem mais simples ainda. Muniram-se apenas de grandes malhas, directas e com tudo o que os torne do mais interessante no que ao heavy metal tradicional que puxe ao doom e ao épico diga respeito. Um doom de classe, que prefere glórias no campo de batalha a uma soturna visita a um cemitério. Tão incapazes de negar o sermão Black Sabbath como qualquer outro, mas sem vergonha de também orar ao altar Manowar. Um heavy metal de raiz, que não deixa de soar modernizado, e sempre armado de riffs bem pesadões e gingões. Próximo de um power metal de origem mais Americana do que Europeia, mas que não deixa de ter aquele caparro de viking para intimidar.

Como bom exemplo da variedade que ainda pode existir nesta fórmula directa de heavy metal à moda antiga, tome-se a sequência de “The Black Lake” e “Hour of the Wolf.” Seguidinhas. A primeira é tão Candlemass e a segunda é a coisa mais Iron Maiden que já fizeram. E, contudo, convivem tão bem juntas, e fazem todo o sentido no meio de toda a malha, quer a que seja mais épica, mais melancólica, de refrão mais chorudo, mais orientada por riff. São eles um trio já veterano que mostra que gosta tanto de Judas Priest, Manilla Road e Trouble como todos nós. E nós também já gostamos dos Grand Magus, que já fizeram dessa adoração a estilos tradicionais próximos o seu próprio cunho e têm aqui, talvez, o seu melhor álbum desde o “Triumph and Power.” Afinal a cena deles é mesmo consistência.

Músicas em destaque:

The Black Lake, Hour of the Wolf, To Heorot

És capaz de gostar também de:

Candlemass, Visigoth, Crypt Sermon


sobre o autor

Christopher Monteiro

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