Grand Magus

Wolf God
2019 | Nuclear Blast | Heavy metal

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Podemos sempre contar com os Grand Magus. Desde a sua estreia auto-intitulada que mantêm a consistência e nunca nos fazem esperar muito por um novo disco. “Wolf God” chega e faz os Suecos parecer mais antigos que o que realmente são. É verdade que já se vão contando as duas décadas de existência e nove discos, mas essa imensidão discográfica e um som clássico que os aproxima das suas influências chega a fazer esquecer que os Grand Magus pertencem a este milénio.

Felizmente também se pode contar com consistência de malhas no repertório dos Grand Magus. É certo que a fórmula é muito familiar, os riffs são todos primos uns dos outros, – em toda a discografia até – já não está fácil sacar de outro épico como “Hammer of the North” e, tal como a pastilha elástica acaba por perder o sabor, é possível que eventualmente também ocorra o mesmo com a música deste trio. Mas “Wolf God” ainda é um álbum de muito boa saúde, de identidade, barba rija e até a espada em riste da praxe. São os riffs que comandam a batalha para a qual marcham e permanecem enormes, mas também é o refrão simples e fácil de acompanhar que a torna memorável – e quem não se lembra da tal épica “Hammer of the North” que já quase celebra uma década de existência?

JB Christoffersson continua uma peça central – uma grande voz e o responsável por debitar os tais riffs – e mantêm aquela curta ponte entre o doom e o power metal que nem devia estar lá. E mesmo com a fórmula praticamente intacta a sugerir já um piloto automático, ainda se encontram uns vestígios de outras influências, escavando bem: um pouco de speed metal em “Spear Thrower,” um prog em “Glory to the Brave” que lhe pode encher o peito para se gabar de ser o tema mais pesado daqui, ou o hard rock setentista no refrão de “He Sent Them All to Hel.” De uma solidez inegável e com malhas a pedir para que o punho se erga. Não há garantias de que a coisa não se esgote e se torne desinspirada, até pode haver já vestígios disso – soa tudo familiar e aquela introdução era desnecessária – mas para já, não se nega a competência, e a quantidade ainda não comprometeu a qualidade.

Músicas em destaque:

Wolf God, Glory to the Brave, He Sent Them All to Hel

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sobre o autor

Christopher Monteiro

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