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Se calhar são algo injustiçados, os Illdisposed. Tanto ano de carreira, tanto grande disco editado, tanto death metal debitado, e não parecem encabeçar a cena. Ali, a meio do caminho, numa altura difícil, ainda sacaram de um clássico como o “1-800 Vindication” e mesmo assim… Será a questão toda geográfica? A falta de uma cena de “death metal dinamarquês” ou será que falta mesmo gás na música dos Illdisposed?
“In Chambers of Sonic Disgust” realmente sente-se como aquele álbum que até é bem-vindo mas que chega sem grande estrondo. A primeira audição confirma que é o seu death metal muito competente mas sem riscos e agora bem mais rendido ao melódico ali do país vizinho e com um groove muito característico. Na verdade não soa desinspirado, mas sim confortável. Aposta na força das malhas e em realmente executar a sua fórmula bem. Os riffs chegam tão espessos e cheios de groove como já lhes associámos há imenso tempo e há muita coisa que podia estar no “The Prestige.” Mas com muito mais melodeath por todo o lado. “I Suffer” podia ser Amon Amarth, se se fartassem de brincar aos vikings, e “Pain Suffer Me” fecha mesmo com chave de Gotemburgo.
Não é um pecado, há riffs mais fortes que outros mas, no geral, não tem momentos mortos. A performance de Bo Summer naqueles rugidos até nos deixa sermos mauzinhos e dizer que é isto que o Chris Barnes pensa que anda a fazer. A troca do brutal pelo mais épico – “The Ill-Disposed” e “All Electric” como exemplos – não é propriamente aventureira mas ajuda para alguns dos temas mais interessantes. E “In Chambers of Sonic Disgust” é mais um bom álbum dos Illdisposed que pouco a nada fará para os elevar de estatuto. Numa discografia vasta, não tem argumentos para ser de destaque ou dos mais memoráveis, e a fórmula, mesmo que ainda não esteja cansada, joga pelo seguro. Até pode ser mesmo para ser assim. Define-se aí a linha entre o “bom disco” e o “grande disco.”
I Walk Among the Living, I Suffer, All Electric
Kataklysm, Hatesphere, At the Gates