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Sem lhe retirar mérito, o black metal atmosférico já atingiu o seu inevitável ponto de saturação em que a sua demasia já nos tira a vontade de dar oportunidade a algum novo disco que, pelo nome da banda, título e até a capa, já nos diga logo o que vai sair dali. Algo que já tenhamos ouvido imensas vezes e muito menos enfadonho. Mas como deve sempre fazer-se a selecção e lá temos nós que dar chance a algo, há sempre aquela saída fácil: os veteranos. Que já sabemos, à partida, que o farão como deve ser.
“Into Sorrow Evermore,” sétimo álbum dos Imperium Dekadenz é destaque imediato. E se, ao falar-se de black metal Alemão, não abundam assim tantas ideias e custa a passar do bom punhado de nomes que lembrem mais imediatamente, então que os Imperium Dekadenz não faltem aí. Porque continuam fiáveis, tanto como representantes do seu território como da vertente mais atmosférica já aqui posta em causa no parágrafo anterior. “Into Sorrow Evermore” é um disco muito completo e que parece feito por uma dupla que sabia que íamos rapar muito frio neste Inverno e então ofereceu-nos este presente para nos embelezar gélidos dias e noites, seja numa floresta nevosa, ao pé de um corpo de água congelado, ou dentro de uma caverna à espera do nascer do Sol. O gelo nos riffs tremolo que preferem a melodia à velocidade, os versáteis uivos e os por vezes contrastantes blastbeats são os nossos guias por um caminho, com tanto de natural e realista como de fantástico, sob estalactites a ameaçar cair-nos encima a qualquer momento.
O paredão sonoro que, despido de todas as características supracitadas, poderiam pertencer a uma banda doom, permite aos Imperium Dekadenz brincar com a forma como casam as suas influências. “Into Sorrow Evermore” é contínuo mas não uniforme. Não cortam na agressividade para deixar entrar a melancolia e “Aurora” é uma belíssima peça musical com tudo no sítio de um estilo de música que, na sua génese, nos deu uma “Chainsaw Gutsfuck.” E que se encontra perto de uma “Forests in Gale” que já deve mais aos trabalhos de congéneres clássicos Noruegueses, mesmo que seja na sua forma mais épica e grandiosa, como Enslaved ou Ulver. E no final, apanhámos aquele briol todo mas até nem nos importamos de ir para lá outra vez antes de nos aquecermos. Com tudo que faça disto um álbum de black metal com as letras todas e os elementos todos no sítio, é também um chapadão de realidade: o black metal pode ser bonito, sim.
Truth Under Stars, Aurora, Awakened Beyond Dreams
Helrunar, Agalloch, Kampfar