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Temos o thrash bem entregue por cá. Um estilo que, diga-se, já não tem muito mais que se lhe possa inventar. Nem precisa de ser daquelas coisas que, para andar para a frente, não há melhor maneira do que olhar para trás. Quando bem feito, qualquer abordagem resulta. Para os In Chaos, está tudo certo com ter uma perna em cada sítio: beber à raíz e origem do estilo e soar bastante contemporâneos e modernizados no seu thrash mais midtempo.
“Hope Wears Black” é o demorado segundo disco, que segue o mesmo caminho do primeiro, e que de uma só assentada pretende ser um grande tributo à Bay Area e também um precursor de uma vertente mais emocional do thrash, que não deixa de ter os nervos à flor da pele, mas pretende ajudar-nos a enfrentar o negrume do mundo e no dia-a-dia. Thrash podia só vir ao estouro, virar tudo do avesso, regar tudo de cerveja e ir embora. É a tal sensibilidade dos In Chaos que faz tão parte da sua identidade, e nem é só por serem muito melódicos. Que são. Em tributo aos pioneiros, mas com aquela veia moderna, pode fazer lembrar o que os Evile andaram a fazer ali no “Five Serpent’s Teeth,” ou algo de Trivium com uma edge diferente e um pouco mais afiada.
As referências antigas podem ser tratadas de forma muito directa e explícita, mas também são tratadas com respeito. “Haunted by a Memory” e “Venom” até podem ser muito Megadeth, mas são canções muito boas de Megadeth. É uma referência que se sente bastante, mesmo não sendo exclusiva e tendo inspirações suficientes para acelerar, abrandar, puxar à pit – então e ali a “Bigger Crown” não dá para o fã de Pantera? – e proporcionar uma experiência suficientemente variada sem alguma vez se afastar do seu núcleo. Definem bem, e com conforto, uma linha entre o metal mais extremo e o mais clássico e melódico, ocupando um vazio que sentíamos por cá no nosso panorama há um tempo, com a falta dos Head:Stoned. Se algum ímpeto ficou perdido com a longa fenda temporal entre discos, foi recuperada a cada riff e a cada refrão grandioso. “Hope Wears Black” não passará despercebido e os In Chaos já terão convencido o quão essenciais são para a nossa cena pesada.
Something You Can’t Be, Haunted by a Memory, Roots of Hate
Megadeth, Web, Metallica