Insaniae

Santos Animais
2024 | Ethereal Sound Works | Doom metal gótico

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Nem interessa o nome. E não há razões para confusão, podemos ver um percurso natural das coisas, que pode ter que regressar um pouco atrás. Especialmente se nos andavam a “esconder” um disco tão bom. Mais vale tarde do que nunca. Um semi-regresso dos Insaniae, com “Santos Animais,” disco já registado há uma boa década e que chega agora a nós. Tão bem-vindas são estas trevas enevoadas.

Confessa-se, aqui colocando um tom pessoal nestes textos, que ainda há muito eco e repetição da estreia auto-intitulada dos Malignea. Mais uma banda ali da mesma árvore genealógica. Não abranda, antes pelo contrário, o entusiasmo que a notícia desta edição, um sucessor do fantástico “Imperfeições da Mão Humana,” catorze anos depois. Cabem todos no nosso panorama gótico e pode bem ser ouvido numa mesma sessão que “Malignea,” e sobrará vontade q.b. para o “Mallevs Maleficarvm” dos Dogma. Fica uma sessão tremenda. Pesadota para as emoções, mas recompensadora. Até serve também para realçar as diferenças, além das óbvias semelhanças, entre todas as bandas. E fica claro em “Santos Animais” que os Insaniae tinham o seu caminho já bem traçado.

Nem vamos estar aqui a fazer de conta ou a insinuar que isto é tudo só uma banda que vai mudando de nome. Cada entidade tem a sua identidade. Claro que muitos elementos os ligam. Os principais são o doom gótico lento e soturno e a voz de Isabel Cristina, aqui ao despique com os guturais de Diogo Messias, tal como no anterior “Imperfeições.” Que é, sem dúvida, o ponto de partida para este “Santos Animais.” Com um igual “arrasto,” que leva aspas para não parecer um termo tão depreciativo. Por muito lento e, por vezes, uniforme, que seja cada tema, todos eles são envolventes. E, da mesma forma que o anterior abria com uma “Absolvição,” de falso minimalismo, com uma melodia de ficar presa já com uma só audição, “Santos Animais” tem esse mesmo perfil melódico, ali escondido no meio da névoa. Uns fantasmas que nos visitarão muitas mais vezes. E depois ainda temos “The Remains,” uma fuga não só linguística mas também de experimentalismos. Quase que levamos a mal que estivessem a guardar isto longe de nós. Se calhar é fazer umas buscas mais a fundo no arquivo, não vá conseguir-se mais qualquer coisinha…

Músicas em destaque:

Insecto Vermelho, Exposição da Criação, The Remains

És capaz de gostar também de:

Dogma, Malignea, Draconian


sobre o autor

Christopher Monteiro

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