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É bem mais divertido ouvir uma banda que mistura tanta influência diferente e soa única nas suas variadas familiaridades, do que ter este frete ingrato de a tentar descrever. Os Inter Arma são uma entidade actual do metal moderno para a qual dá para entrar por muitas portas diferentes. São dos que obrigam àquele prefixo chato do “pós” e ainda fazem questão de ter a coisa muito bem feita e arrumada e ainda evoluir de disco para disco. “Sulphur English” é mais uma dessas evoluções e não é um quarto álbum feito para nos facilitar a vida.
Um disco desafiante, ultrapassa a marca dos 60 minutos num arrasto pelas trevas através de riffs carregados, num massacre de algo que possa ser desajeitadamente descrito como sludge metal progressivo cheio de doom e death metal, com alguns gélidos salpicos de black metal, sem medo de outros monstros menos acessíveis como o drone ou o dark ambient. Um rico tacho. O habitual casamento poligâmico das variadas influências dos Inter Arma, celebrado num ritual. Com a capacidade de dar mais um passo em frente em relação a “Paradise Gallows” ao reorganizar as mesmas ideias na densa névoa onde as longas canções se desenvolvem e ao dar novo ênfase à parte mais ambiental, ou à monstruosa bateria ou a uma predominância de um death metal cavernoso a carregar no peso. “The Ativist’s Meridian,” faixa mais longa do conjunto, serve melhor de guia para o que se encontra no álbum do que qualquer junção de palavras. E se é para juntar influências de forma apatetada, tome-se “Stillness” e a sua primeira parte acústica cheia de folk rock e parece que temos algo como Wovenhand a ser orientado por Tom G. Warrior para o meio de um tresloucado tema dos Neurosis. Não é fácil.
“Sulphur English” é um disco pesadão e denso, que até se pode assentar na base do tal pós-metal e ter as lições dos Neurosis, Isis e Cult of Luna bem estudadas, mas que não se deixa simplificar, sem dar em salganhadas. É música arrastada que não dispensa um bom blastbeat, é death doom metal com voz limpa e shrieks de black metal tão essenciais como os graves guturais. A banda da Virginia soube logo como construir uma identidade e como fazer levantar a orelha de seguidores de muitos movimentos sonoros pesados e obscuros. Do tipo de banda que não causa qualquer surpresa ao ser “apanhada” pela Amplificasom para os convencer a vir fazer barulho por cá.
Stillness, The Atavist’s Meridian, Sulphur English
Neurosis, Portal, Mourning Beloveth