//pagead2.googlesyndication.com/pagead/js/adsbygoogle.js
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});
De Santa Maria da Feira chega este lamaçal. Não sonoro, por acaso os Ionized não praticam esse tipo de sonoridade extrema ao qual costumamos atribuir esse adjectivo, mas é “Mudsign” o novo disco que dá continuidade a um crescente percurso com potencial para eventualmente vir a apagar a ingrata pergunta, “porque é que não há mais malta a falar disto?”
Há na música dos Ionized algo que se estenda além do underground pesado, com algo que agrade a quem procurar uma acessibilidade por trás de todo o músculo e peso. Também há algo para quem não se conformar com coisas simples e directas e até goste da coisa mais progressiva, mais complexa. Ou seja, praticamente o espectro contrário. Não deviam os Ionized, então, soar a uma banda confusa, sem saber bem quem são? Talvez, o certo é que parecem estar muito à vontade com a sonoridade e, se tiveram as típicas dificuldades do segundo álbum, disfarçam-nas bem. Não se contêm na ambição também. Não se poupam a afiar bem a “edge” do peso, nem têm medo das melodias. “Mudsign” recorre a isso tudo e não é confuso, nem complexo daquela forma exibicionista, nem muito açucarado.
A ambição também se nota na divisão do álbum. Podemos considerar as três primeiras faixas, as “So,” a primeira parte, onde acaba por ficar quase metade do disco, com as três composições mais longas e arriscadas, com “So_Long” sendo talvez das mais completas e interessantes canções de metal progressivo que se tenha feito por cá ultimamente. O resto, sem deixar isso de lado, caça mais o tema directo e acaba por ser onde se carrega um pouco mais a agressividade, mesmo que a nível instrumental se mantenha sempre o mesmo fio condutor. A voz de Miguel Craveiro, quando limpa, pode remontar um pouco a – e aqui, pedimos mesmo desculpa e não é com a intenção de atacar, ou com alguma má implicação – Wes Scantlin, enquanto a voz berrada mais agressiva já tem um pouco mais de Robb Flynn. Machine Head até é uma boa referência nas composições mais longas. Mas redutora. Também se dão as boas-vindas a fãs de Mastodon, Tool, Gojira, Between the Buried and Me, e até de Avenged Sevenfold ou Metallica. Mas o maior consolo é para o já estabelecido fã de Ionized que tem a sua antecipação recompensada com um disco tão maduro. Para os restantes, fica a nota para descobrir.
So_Row, So_Long, Subterranean Cooperative of Urban Dreamers
Mastodon, Machine Head, Gojira