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A espera até foi demorada. É que estes meninos já foram de fendas muito curtas, por vezes apenas um ano entre discos, mas o novo dos Kings of Leon levou os seus cinco anos a chegar. Com as cinco sílabas no título e um single principal de se ficar a cantarolar durante dias seguidos, está tudo a postos para “When You See Yourself.”
E à primeira audição, ainda fica tudo muito morno. Surpresas nunca foram o forte dos irmãos e primo Followill, mas havia sempre bem mais que uma mancheia de temas fortes que agarrassem de imediato, sempre tiveram o seu sentido melódico bastante apurado. Sentem-se as canções boas de “When You See Yourself,” mas sente-se a falta de algo de maior efeito. Será reacção ao excessivo sucesso comercial? Já não dá, é que por incrível que pareça, “Sex on Fire” começou a atafulhar rádios e TV há já uns bons 13 anos, e a resposta anti-comercial ficou feita em “Come Around Sundown.” E desde “Mechanical Bull” que os Kings of Leon ficaram sentados ali na zona de conforto, sem procurar tanta distinção entre discos como conseguimos detectar tão claramente no primeiro punhado. Estarão a tornar-se uns “Kings of Bland” ou temos que ouvir outra vez?
Vale a pena a insistência, é um álbum que cresce. Os talentos melódicos estão lá, além dos conhecidos singles, especialmente a pegajosa “The Bandit,” mas parece estar tudo mais construído sobre o melancólico, sem apostar propriamente em novidades – apesar que existem ali uns sintetizadores, sim. Uma bassline como a de “Stormy Weather” e toda aquela revisita ao pós-punk, que até já foi o seu principal diapasão, assim como algumas canções crescentes como “A Wave,” com uma roupagem adulta como “Supermarket,” ou uma alegria 80s de “Golden Restless Age” e afinal “When You See Yourself” é um álbum cheio de charmes. Afinal, o que podia parecer uma brandura cansada, é mesmo maturidade, Caleb quer cantar em condições – todos temos saudades daqueles espasmos dos tempos iniciais, mas não era coisa para se manter – e a banda quer mesmo tomar uma posição, pouco importados se são “one hit wonders” obnóxios num meio mais geral ou não. Para isso, este é mesmo um disco necessário, se realmente o deixarmos crescer.
The Bandit, Golden Restless Age, Supermarket
Doves, The Killers, The Stills