//pagead2.googlesyndication.com/pagead/js/adsbygoogle.js
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});
Os Lacuna Coil até podem nem ser aquela banda que tem todos a cair em vénias perante o que fazem, mas já têm um estatuto de respeito e uma boa legião de fãs para que se aceite o que têm vindo a fazer desde que se “americanizaram” e plastificaram um pouco, ali pelos finais da década passada. Talvez tenha alienado alguns fãs mas não com algo que se pode classificar concretamente como mau, até porque muitos dos seus habituais factores sedutores estavam lá.
Mas mesmo os mais fáceis de agradar, onde este próprio escriba se inclui, foram calados por um muito fraquinho “Delirium” em 2016. O novo “Black Anima” até podia ter uma missão difícil, ou não. Como não se andava a pedir muito dos Lacuna Coil antes de “Delirium”, se calhar não se pedia assim tanto para o seguidor. Podia ser só um pouquinho mais pesado, mais criativo que já teríamos por onde pegar, para poder focar nos pontos fortes da banda Italiana, para termos mais temas memoráveis. Calha que até se esforçaram e trouxeram um disco bastante mais pesado, mais negro, e até com umas maiores asas na sua criatividade. Não os leva propriamente de volta aos tempos do “Comalies” mas “escurece” um pouco a banda, deixa-os mais densos para suscitar novo interesse e até parece ter um mais variado baralho de influências detectáveis a cada canção que já dão bastante mais gozo ouvir do que no anterior.
A voz da belíssima Cristina Scabbia continua a ser o foco principal e as suas ginastas exibições – como no refrão de “Reckless” ou a introdução “Anima Nera” em que mal soa reconhecível – roubam o espectáculo como sempre. Quem torce o nariz à voz de Andrea Ferro também é recompensado, com o vocalista masculino a tornar o seu papel mais discreto ou a trocar a sua habitual voz limpa por uns surpreendentes guturais. Isso e o potente riff à nu metal que irrompe em “Sword of Anger” e que serve de pontapé-de-saída para uma vasta influência de actos como Korn, Slipknot e até uns Gojira ou algum metalcore mais musculado, já nos assegura que realmente “Black Anima” é um disco bem mais pesado. Uma “Apocalypse” a remontar aos melhores momentos da sua fase mais recente, uma faixa-título a fechar com chave nostálgica que remonte aos seus célebres discos mais antigos e uma “Veneficium” de arranjos sinfónicos que lembrem outras bandas orientadas por voz feminina aos quais os Lacuna Coil acabam sempre erroneamente associados. E o disco mais pesado também se torna o mais variado e, com muitas mais faixas individuais sólidas, o mais entusiasmante em algum tempo. Nada mau para a tal banda de quem já nem se pede muito.
Reckless, Layers of Time, Veneficium
Epica, In This Moment, Evanescence