Lordi

Killection
2020 | AFM Records | Hard rock, Heavy metal

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Killection” não é uma colectânea “Greatest Hits” dos Lordi, apesar do título e do curto tempo entre trabalhos, passando apenas pouco mais de um ano e meio entre este e o antecessor “Sexorcism”. É mesmo um novo trabalho de originais com o conceito de ser uma “compilação fictícia” de êxitos de actos clássicos do hard rock, ídolos desta malta Finlandesa mascarada, aqui apresentados na forma de uma playlist de rádio, com os tradicionais interlúdios “SCG” a servir de transições com um DJ profano a receber “prank calls” maléficas, algo que pode ser o mais divertido do álbum ou apenas uma cortante distracção.

De falta de conceito ninguém os pode acusar. Mas também é fácil pegar por aí: soar apenas a um tributo aos seus ídolos da década de 70/80 é algo que podem acusar os Lordi de ter andado a fazer a carreira toda, para que se distinga algo de especial na ideia deste “Killection.” A introdução apresenta as imitações e paródias facilmente reconhecíveis de AC/DC, Judas Priest, Ozzy Osbourne, King Diamond ou Guns N’ Roses – esta última, o momento mais hilariante de todo o disco, tomem isso como quiserem – e já planta as sementes para o que se segue nos temas propriamente ditos. Hard rock clássico em adoração ao terror cinematográfico também clássico, que pesque a Alice Cooper, KISS, à parte mais FM e melódica do AOR – há um solo de saxofone em “Like a Bee to the Honey” e “Apollyon” ou “Cutterfly” podiam ser dos Journey – e jamais dispensando um refrão fácil e eficaz, como faz logo com “Horror for Hire” e “Shake the Baby Silent”. A descrição é familiar, mesmo sem o conceito por trás, isso constaria em qualquer álbum dos Lordi.

Ainda há reconhecimentos a fazer. O conceito permite-lhes ser um pouco mais tongue-in-cheek nas suas referências e tributos – “Zombimbo” tem os Lordi a tocar a “I Was Made for Lovin’ You” dos KISS sem ter que pagar por ela – e até os deixa fazer uma “Up to No Good” a provar que, se existissem na década de 80, podiam ter passado a perna aos Twisted Sister no glam de rebeldia adolescente. Felizmente também há malhas como “I Dug a Hole in the Yard for You” que podia estar no disco breakthroughThe Arockalypse” e “Evil”, muito possivelmente o tema mais pesado na carreira dos monstrengos. Ganha a “Sexorcism” pela maior quantidade de temas memoráveis, pelo conceito divertido e por baixar a fasquia na perversidade e depravação em prol dos velhos temas de terror, já que para ser os GWAR há os GWAR a fazê-lo muitíssimo bem. Perde para qualquer outra coisa, como a tal “Fictional Compilation” de canções dos ídolos do rock pesado que seriam realmente muito melhores se tocadas por esses actos homenageados.

Músicas em destaque:

Shake the Baby Silent, I Dug a Hole in the Yard for You, Evil

És capaz de gostar também de:

KISS, Alice Cooper, Judas Priest


sobre o autor

Christopher Monteiro

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