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Títulos simples para não nos perdermos na contagem e um abrandamento de todo o hype à volta do revivalismo, e os Lucifer ainda aí andam, já com a mão cheia de álbuns para não serem uma moda passada. Souberam como se manter entre os nomes de topo de uma cena com concorrência forte e já estabeleceram o suficiente para que “Lucifer V” seja um álbum tão descontraído.
Pode ser que esteja aí o que impeça “Lucifer V” de ser realmente especial. Já não tem novidades a apresentar e realmente continua a abordagem mais leve ao occult rock, preferindo o hard rock setentista àquele doom metal de raiz, mas sem dispensar totalmente qualquer ingrediente e ainda com as suas referências óbvias. É imediato, mal entra o riff de “Fallen Angel” já está acesa a primeira vela no altar dos Black Sabbath. Mas como nem só a adorar o “Master of Reality” se faz um disco, vêm as restantes referências, seja Coven, Blue Öyster Cult ou algo mais sulista como Lynyrd Skynyrd, – o seu clássico “Simple Man” encontra aqui uma prima em segundo grau na “Slow Dance in a Crypt” – ou mais festivo como os KISS, que até nem desgostariam da “Strange Sister” ou de ter a “A Coffin Has No Silver Lining” no seu próprio auto-intitulado de estreia.
Com um acto tão intencionalmente revivalista e a apanhar o desprevenido e recém-chegado de surpresa ao ver o ano de lançamento disto, é claro que não dá para se contornar as referências. Mas não é um álbum de covers ou plágios, nem há um tema paralelo para cada faixa daqui – se a intro de “Maculate Heart” é muito “Hotel California,” é mesmo só a intro, porque o que se desvenda é uma das bangers do disco. E não há problemas de identidade nos Lucifer. Claro que o que se sobressai logo é a voz de Johanna Sadonis e o que singra sempre e faz todos os cinco álbuns colar é aquele talento melódico, presente em todas as canções e que leva uma taça com o refrão de “At the Mortuary,” da mesma escola dos Ghost, mas de açúcar mais contido. É a manter as coisas simples que “Lucifer V” afirma a solidez dos Lucifer numa cena que já atingiu a sua saturação, mas que saberá sempre bem ouvir quando é assim tão bem feito.
Fallen Angel, At the Mortuary, Maculate Heart
Blood Ceremony, Royal Thunder, Blues Pills