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2017 não será porventura ano em que Marilyn Manson ainda choque. A chegar aos cinquenta e com quase trinta anos de carreira, nesta era já não há muito que Brian Warner e companhia consigam sacar para perturbar os muitos pais assustados que os tentavam deter na década de 90. O disco anterior, “The Pale Emperor”, soa consciente disso e apresenta um lado mais humano de Manson. Com “Heaven Upside Down” vemos agora que a proximidade entre Manson, o Homem, e Manson, aquele monstrengo muito crítico e assustador está bem viva. Afinal, ainda há ali qualquer coisa.
Pode ser cliché dizer que está de volta à boa forma de antigamente e que existe uma forte presença de elementos de outros discos anteriores, como a trilogia “Antichrist Superstar”, “Mechanical Animals” e “Holy Wood”, que o definiu na década de 90. Mas no caso deste “Heaven Upside Down” é verdade. Manson enche-se novamente de fúria, selvajaria e humor negro, toma partido do tenso clima político actual para voltar a afiar a língua nas críticas, e cria um conjunto de novas canções orelhudas e bem revestidas de texturas industriais, que sempre lhe associámos. Felizmente todas as canções são fortes. Até os títulos com trocadilhos e o narcisismo tongue-in-cheek nos leva de volta a um “The Golden Age of Grotesque”, sugerindo mesmo uma introspecção consciente de Manson.
Não é um disco da trilogia acima mencionada. E Manson já não é bem o gajo que era nesse tempo. Mas ele sabe quem foi, quem é agora, o que ainda consegue ser e como trabalhar isso.
SAY10, KILL4ME, JE$US CRI$IS
Marilyn Manson de antigamente, Nine Inch Nails