Marilyn Manson

One Assassination Under God - Chapter 1
2024 | Nuclear Blast | Rock/metal industrial

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Como se ele fosse de ficar calado em relação a alguma coisa. Não têm sido águas propriamente calmas aquelas em que Brian Warner, aka Marilyn Manson, tem andado a navegar ultimamente. Foi a controvérsia que o fez famoso mas agora é diferente e os tempos são diferentes. Um esgar provocador a dizer que é realmente aquilo que dizem já não serve para aqui. Este é um Manson defensivo, mas que tem que ser Manson na mesma, não pode fugir da linha da provocação. “One Assassination Under God – Chapter 1” vem meio para redimir, meio para seguir em frente como se nada se tivesse passado.

Não resultaria vir para aqui dizer que é santo – “Hold the S because I am an AINT” já dizia a cantiga – mas também não se podia armar assim muito, que o fogo ainda está muito próximo e activo. Puxa pela escrita. Para contornar isso e para não tornar o álbum enfadonho e muito unidimensional, só a falar da mesma coisa. No final, pode ser um ponto fraco de um álbum que, musicalmente, segue um caminho com algumas surpresas, pelo meio daquilo que seria mais evidente. Manson do mais old school em “Nod If You Understand” ou “Sacrilegious,” do Manson mais irreverente pós-Golden Age of Grotesque em “Meet Me in Purgatory,” e um cheirinho de peso core em “One Assassination Under God” e “Raise the Red Flag” que, esse sim, ainda não lhe conhecíamos.

Sem contexto, seria um álbum de Marilyn Manson muito simples, a recuperar algumas coisas que pudessem puxar interesse a quem já tivesse desligado dele, da sua banda e do seu produto criativo. Novamente acompanhado por Tyler Bates, a instrumentar e a produzir, com aquele toque tão reconhecível, talvez também no seu mais industrializado em muito tempo. E, inevitavelmente, aproveita os tumultos que o envolvem para recuperar garra e trazer um pouco daquele “God of Fuck” ou “Antichrist Superstar” de outros tempos. Curiosamente, atravessa-se num aparente processo de humanização que parecia ter começado no “We Are Chaos.

Músicas em destaque:

One Assassination Under God, Nod If You Understand, Meet Me in Purgatory

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sobre o autor

Christopher Monteiro

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