//pagead2.googlesyndication.com/pagead/js/adsbygoogle.js
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});
Um nome enorme no metal mais melódico. Infelizmente também já faz parte do prolongado divórcio dos Nightwish que, mesmo com tudo a correr bem para todos os partidos envolvidos, ainda se sente de coração apertado. Enquanto se sonha, Marko Hietala já se reconciliou com Tarja, já partilharam palcos e um destaque deste novo disco é a participação da diva. A malta já está toda a esfregar as mãos, está praticamente “metade para cada lado” e as nossas mentes facilitistas já acham que uma boa jantarada resolvia já tudo.
Mas não estejamos só a falar de Nightwish, por muito inevitável que seja. Não é a original banda de Marko Hietala, nem ele é um membro original da banda. Mas o legado em conjunto é enorme, isso é certo. Mas não nos pode distrair da carreira a solo de Marko que também já se vai fazendo valer. Só agora, na transição para esta década, é que o tivemos em nome próprio e “Roses from the Deep,” o seu segundo registo, é um disco sério, que nos diz que não anda só a passar o tempo a brincar aos álbuns a solo. Há mesmo todo um rumo que se pode desencadear daqui, com uma significativa variedade estilística e outro factor de imensa força: a voz do Sr. Barbicha é realmente inconfundível e continua no ponto.
Acompanhado por Tarja em “Left on Mars” é, realmente, uma delícia e vários momentos, como a faixa-título, até pode remontar ao mais emocional lado baladeiro dos Nightwish, mas Marko não se deixa amarrar pelo seu passado ou até por rótulos estilísticos. Claro que continua a ser heavy metal, com uns bons músculos de power, melódico e melancólico, – progressivo, sem exageros, como em “The Dragon Must Die” – mas também capaz de sacar de um esgar mais irónico para os tresloucados blues de “The Devil You Know” e “Impatient Zero” ou a entrega a um AOR mais respeitável em “Tammikuu,” onde também se entrega à língua-mãe. “Roses from the Deep” é um disco que anuncia e celebra o regresso de Marko ao activo, para ficar, após uma paragem por desgaste físico, emocional e por se sentir defraudado com a indústria – ninguém o pode culpar por isso. É um poderoso ponto de exclamação na afirmação de que o nosso Hietala está de volta e, mais do que isso, é um disco bom para evitar a conversa inevitável de Nightwish. Até nos distrai de outra pergunta pertinente: então e com Tarot, não se faz mais qualquer coisita?
Left on Mars, Proud Whore, Roses from the Deep
Tarot e Nightwish porque também não somos impostores