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Há sempre queixas quando algo se torna grande demais, mesmo que isso seja conquistado e merecido. Principalmente se uma maior acessibilidade vier anexada. Aconteceu com os Mastodon, claro, realmente já uns mastodontes da música pesada do presente século, ali com o “Crack the Skye” a abrir-lhes quaisquer portas que restassem – e podemos já definir esse disco como o seu magnum opus ou é muito cedo? Chegou “The Hunter,” chegaram as músicas mais directas, chegou o balanço… E chegou “Hushed and Grim,” pronto para nos desafiar novamente.
E não é propriamente por haver aqui composições daquelas, não há uma “The Last Baron” ou uma “The Czar,” se quisermos utilizar o álbum supracitado como referência novamente. Mas vemos muitos temas que, nem por isso têm algo de acessível neles. Sim, os Mastodon têm a confiança – justificada, diga-se – de nos desafiar com cerca de uma hora e meia de música progressiva e algumas das suas canções mais melancólicas, soturnas e envoltas num psicadelismo criativo que vai além da sua óbvia marca. “Hushed and Grim” vem para ser o álbum mais desafiante dos Mastodon. Sentimos cedo os riffs, aquelas três distintas vozes, aquele tom de guitarra que ainda não associamos a mais ninguém e a viagem começa com satisfação. Depois instala-se uma aparente – ilusória? – uniformidade na muito longa duração e a nossa atenção começa a dispersar-se. E, numa era da “música de fundo” e das playlists descartáveis, a culpa é mesmo dos Mastodon? Claro que não. “Hushed and Grim” também é inteligente e bem executado na medida de ser um disco para ser mesmo ouvido. Com atenção.
É aí e nas múltiplas audições, que são desafiantes nesta era da imediatez, que podemos ouvir cada tema por si e ver o quanto realmente este quarteto continua a expandir os seus horizontes, é como podemos apreciar cada riff quando eles realmente carregam neles e que podemos absorver as melodias, já que é mais um avanço nesse campo. Já se sente mais a mossa do peso de uma “The Crux,” já cantamos uma “Skeleton of Splendor” em uníssono, já reconhecemos algo realmente dos tais épicos do “Crack the Skye” em “Gobblers of Dregs” e destacamos unanimemente “Teardrinker” e “Savage Lands” como malhões aqui no meio. Podemos questionar realmente a sua longa duração por não deixar algumas ideias fluir, a pouca diferença do primeiro para o segundo disco, a falta de um tal doom que eles prometiam, até a quebra de velhas tradições de anos como uma participação de Scott Kelly! E algo que poderá vir à superfície é um controlo e decréscimo de peso, mas não é factor a questionar-se realmente: aquela baladeira meia pop que é “Had It All,” até é bastante interessante, não se alarmem. A “culpa” é se calhar de quem não gostou da “Curl of the Burl” mas “Hushed and Grim” será o disco mais difícil dos Mastodon. Mas recompensa o esforço.
Skeleton of Splendor, Teardrinker, Savage Lands
Gojira, Baroness, Elder