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Têm das bases de fãs mais dedicadas e, no entanto, devem ser dos menos preocupados com isso. Debitam discos com facilidade, independentemente da qualidade e intensidade oscilante. São os tão influentes Melvins, que com este “Tarantula Heart,” já alcançam a precisa conta da catrafada de álbuns editados. E afinal ainda têm fãs exigentes. Verão por aí muitos a dizer à boca cheia que este é o melhor desde o “(A) Senile Animal” que já se vai aproximando das duas décadas de existência.
Até pode não ser, – e pode é defender-se que há muito mais de elevadíssima qualidade pelo meio – mas é um retorno a qualquer coisa. Aos Melvins verdadeiramente despreocupados. Talvez se sentisse algum esforço em serem esquisitos e a honestidade dos velhos tempos ficava só ali no Buzz Osborne quando é mais desbocado. E afinal ele até já vinha a prometer que este álbum tinha nada a ver com qualquer um dos outros. Não a nível sonoro, que isto não podia ser mais Melvins, mas a nível da gravação. “Tarantula Heart” nasceu a partir de jams e nota-se. Os vinte minutinhos de “Pain Equals Funny,” onde se passa tanta coisa, já podiam ser o disco completo. E depois há mais malhas. Muita coisa numa proposta tão simples.
Os experimentalismos nascem mesmo da espontaneidade e estão na linha da frente da tão excêntrica “Pain Equals Funny” que, com quantas fases, cores e disposições tenha, apresenta muitos riffs simples e já instalaram o ambiente – do seu mais doom, diga-se – para as quatro faixas seguintes, um lado B de recompensa por terem superado o fácil desafio de manter a atenção ao longo tema. Logo “Working the Ditch” vem a fazer barulho que justifica a atribuição do título de pioneiros do sludge, e “She’s Got Weird Arms” é mais uma coisa saída de outro planeta, lá de onde raio tenha vindo o Buzz e o seu penteado. Nem sabemos bem quais são os destaques, assim como também não sabemos exactamente onde situar “Tarantula Heart” na tão numerosa e variada discografia. E se calhar também não sabemos assim tão bem o que se acabou de passar, o que é um bom sinal quando falamos dos Melvins. Mas sabemos a sua importância, a sua influência e que “Tarantula Heart” é um divertidíssimo lembrete.
Pain Equals Funny, Working the Ditch, Allergic to Food
Big Business, Crowbar, Unsane