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Se calhar não fazia parte do “bingo card” de muitos para 2023 ter um álbum novo dos Men Eater em mãos, – teoricamente só constará mesmo em mãos agora em 2024, mas já se apresentou a ouvidos como prenda de Natal em 2023 – mas isso é porque já nos treinámos a manter as expectativas baixas, a não sonhar demasiado alto e a poupar nas coisas boas que pedimos. Isso e estávamos habituados, contra a vontade, a uma vida sem os Men Eater.
Foram seis anos de interrupção e fechá-los em casa não lhes fez mal. Antes os levou a uma reflexão em que lá chegaram à conclusão que dava para reunir e fazer umas coisas. Os quinze anos de “Hellstone” seriam o primeiro mote para partirem para a novamente permitida estrada mas lá lembraram o muito bem justificado hype que criaram e achavam que dava para reclamar o lugar que já tinham cimentado cá no nosso panorama – com pernas lá fora também – com mais um tremendo álbum. Tinham material para isso. Tão representativo daquilo que são os Men Eater, do seu peso, da sua mestria no riff, tão bom cartão de apresentação que até vai assim, auto-intitulado. Explica-se sozinho e o peso de “Grail”, de introdução quase industrial ilusória, introduz a viagem. Pela altura da “Mortice”, que marca o meio, e o seu riff blueprint do pós-metal, já o pescoço estará cansado e nós ainda a puxar por ele. É que ainda faltam umas malhas e o disco não perde fôlego.
Dá para os velhos hábitos de trazer as referências de Mastodon, de Baroness para a sensibilidade melódica, de Cult of Luna, especialmente na catártica “Denouement”, dá para esfregar as mãos com o luxo de panorama pós-metal/sludge/stoner que cá temos que nos faz fantasiar com estes, os Process of Guilt, os Redemptus e mais alguém que caiba na festa a demolir palcos, deixando apenas cacos, os próprios já a polverizar. Dá para falar da ajuda que tiveram, de Frankie Chavez a dedilhar em “Grail”, de Sara Badalo a ajudar ao embalo de “Remnant” e do retornado André Henriques na atmosférica “Uma Multidão de Pecados”. Mas também dá para lembrar que os Men Eater já são a sua própria referência, os três discos anteriores e a evolução tão notável entre “Hellstone” e “Gold” continua aqui evidente e nem parece que passaram já seis anos de hiato e mais ainda de pausa discográfica porque isto continua vivo, actual e a seguir do ponto onde ficaram. Já matámos as saudades mas vamos continuar a fazê-lo, com esse pretexto ou outro. E já voltámos que ali a “Worshipers” manda um cabrão de um riff…
Multitude, Worshipers, Uma Multidão de Pecados
Mastodon, Process of Guilt, Cult of Luna