Metal Church

Congregation of Annihilation
2023 | Rat Pak | Heavy/thrash metal

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Vamos ser audaciosos como devemos ser de vez em quando. Mesmo que nem sempre tal seja reconhecido, “The Dark” é um dos melhores álbuns de heavy metal da década de 80, pronto. Muitos talvez pendam mais para o auto-intitulado de estreia, que também é uma maravilha, mas aqui vamos destacar o segundo. E a faixa-título desse álbum até merece a sua estrelinha num infernal passeio da fama da música de peso, ou lá o que seja. Para situarmos os Metal Church. Não deixa de ser obsoleto. Em nada nos esclarece em relação ao que possa vir de novo. Bem sabemos que o percurso dos Metal Church não é assim tão consistente. Como toca a muitos.

Então recorramos à mesma audácia da introdução para reconfortar em relação ao “Congregation of Annihilation.” É o melhor álbum dos Metal Church em muito tempo. Damos as boas-vindas a Marc Lopes à voz, desejando-lhe o melhor e que não caia numa aparente maldição de vocalistas dos Metal Church – vem substituir o já infelizmente falecido Mike Howe… Quando já tinham passado pelo luto de David Wayne. E mostra a goela que tem, mesmo que resida nele uma parte algo “acquired taste” para alguns fãs, que talvez considerem a sua performance um pouco exagerada. Já com experiência em Ross the Boss, entre outros projectos, sobe bem alto quando tem que ser, com agudos impressionantes, e é capaz de segurar um tom rouco à Udo Dirkschneider. No geral, um pouco à David Wayne, sem precisar de sair de casa para buscar uma referência. Mas ajuda à intensidade e agressividade das canções, especialmente quando precisam de um bom refrão forte ou daquele grito para nos deixar a postos, de punho erguido.

Prometeram-nos um disco agressivo e nota-se essa procura. Os Metal Church sempre estiveram ali na linha, sem chegar totalmente ao thrash metal de outras lendas contemporâneas mas com muito peso para serem apenas uma banda de heavy/power da sua época. Foi onde conseguiram construir uma identidade e aqui voltam a munir-se dos habituais riffs rápidos, alguma maldade do power metal Americano e muitas outras Judas Priest-zices que os permitam ser os Metal Church. Com algo mais de peso que em alguns outros registos recentes e com alguma variedade como um piscar de olho mais aos Iron Maiden em “Children of the Lie” e ao hard rock no riff de “Say a Prayer with 7 Bullets,” sempre com um refrão poderoso como o de “Me the Nothing” ou “Making Monsters” que até cantaríamos em conjunto se conseguíssemos reproduzir a guinchadeira de Lopes. É o seu disco mais agressivo em muito tempo, mas também do mais convidativo. Que sejam sinais de uma boa vida nova para os Metal Church.

Músicas em destaque:

Congregation of Annihilation, Me the Nothing, Making Monsters

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sobre o autor

Christopher Monteiro

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