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Os “nossos” Moonspell, já de carreira longa, não são nenhum produto interno escondido que apenas seja comentado por estes espaços, na nossa língua. Já temos que os pedir de volta, ao mundo, de vez em quando. E são os anos de carreira e a elasticidade estilística de uma das maiores entidades de todo o metal gótico Europeu que nos preparam para algo da versatilidade e maturidade de “Hermitage.”
Nunca fizeram um disco igual ao outro e já tiveram imensas facetas e até todo o tipo de reacções às suas mudanças e riscos. Ainda se deve sentir a reacção mista a “1755,” projecto ambicioso inteiramente na língua de Camões e D. Dinis. E a preparar para “Hermitage” só nos avisaram que ia ser um disco mais despido. O que não nos diz sequer metade do que há em “Hermitage,” álbum já singular no catálogo dos Moonspell. Realmente dispensaram-se os excessos orquestrais, sem lhe tirar qualquer atmosfera. Atiram-se à escrita cuidada da canção e fizeram cair muitos queixos quando apresentaram o single “All or Nothing.” E até é mesmo essa brincadeira de “Moonspell gone Pink Floyd” que realmente nos dá melhores indicações do que esperar deste disco, que nem sabemos dizer se é introspectivo ou apenas mais um passo numa carreira já tão cheia de fruto.
Se por vezes se aproximam do lado mais “limpo” de “Night Eternal,” há muitas novas influências a sentir-se no geral. Que vão mesmo requerer algumas audições extra para reforçar e deixá-lo realmente entrar como deve ser – vale a pena. Este é o disco mais progressivo que os Moonspell já lançaram e a beber mesmo à fonte clássica setentista e o nome Pink Floyd não é coisa a atirar-se à toa em relação àquele single, a interlúdica “Solitarian” é um exemplo isolado que merece a sua atenção. Entre isso, há Moonspell mais clássico, aquele cartão de visita mais acessível como é “Common Prayers,” e aquela influência de space rock e outros tipos clássicos psicadélicos – “Without Rule” soa a nada que os Moonspell já tenham alguma vez editado. “Hermitage” não é um disco imediato, mas é um ponto alto e mostra que não são quase trinta anos de carreira que fazem os Moonspell abrandar ou estagnar. Já Fernando Ribeiro nos alertou que têm todos a noção de que entraram nos anos finais da sua carreira. Talvez até influencie esta abordagem, mas ficamos a desejar que seja uma recta final prolongada.
All or Nothing, Apophthegmata, Without Rule
Tiamat, Paradise Lost, Fields of the Nephilim