//pagead2.googlesyndication.com/pagead/js/adsbygoogle.js
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});
Existem catrafadas de termos para géneros e subgéneros musicais que por vezes até chateiam com rigor a mais. E mesmo assim às vezes não temos o suficiente para descrever completamente alguma sonoridade. Os Music in Low Frequencies já estão uns passos à frente aqui dos pobres críticos agarrados a isso e descrevem um discaço como o novo “Catharsis” com emoções, estados de espírito e mais uma data de coisas com muito negrume.
E é o que melhor resulta. Sentiu-se a falta deles desde o tão promissor “Sowing the Seed” que já caminha para a década de existência, mas o tempo e tudo o que aconteceu pelo meio, que nem foi pouco, alimentou bem esta catarse. Recorrendo à semântica mencionada no primeiro parágrafo, há peso no paredão sludge/pós-metal que não deixa entrar luz, há arrasto torturante no doom e sente-se sempre uma aragem geladinha de um black que anda pelo ar. O resto está na feroz performance vocal de Mariana Faísca e nas tais emoções aqui depositadas, desconstruídas, expressadas e disseminadas qual jorrar de sangue sem controlo. É um disco difícil mas no bom sentido, no sentido visceral, no sentido em que há sempre mais profundeza a cada vez que o escutamos, quando já pensávamos que não dava para ir mais fundo e ficar mais escuro ainda desde a última vez.
A referência Oathbreaker é fácil e aceita-se mas também se contorna, e até consegue alguns parentescos por cá, como os Redemptus – e voltamos mesmo a ouvir a voz de Paulo Rui por aqui – e até, quando recorre ao mais catatónico black metal, os Gaerea, mesmo que já tenha que se dar um esticão maior para os ir buscar como nossos. Porém, o trio bracarense já tem bem definido o seu lugar, mesmo que sejam os próprios a admitir que ainda procuram a sua identidade musical. Que nunca cessem a procura, então, se é o que lhes permite um disco como “Catharsis,” a sua versatilidade ou a sua carga emocional e espiritual. O que está para vir? Ora, visto que concluem “This Corpse” com um riffalhão daquela dimensão e gordura, parecem dizer “Arrumem lá o chiqueiro, que a gente volta já para partir tudo outra vez.” Com todo o gosto.
Web of Questions, Steel, This Corpse
Redemptus, Battle of Mice, Oathbreaker