E assim, com um estardalhaço tão breve, uma coisa tão rápida, o nosso underground fica marcado para sempre. Continua o abalo começado em “Distalgia” e parece que havia forma de aperfeiçoar a fórmula, sem lhe mexer, para que o novo “Distroyer” causasse o maior impacto que está aí à vista. Nagasaki Sunrise, já é nome que se veja bastante, mas vão vê-lo mais ainda.

Continua aquela fusão brutal – e em tempos alguém terá considerado improvável – de um furioso hardcore punk encrustado q.b. com um tradicional heavy/speed metal. A medir e a comparar pesos até verem o peso que realmente têm juntos. Algo a que especialistas, na procura de um termo para algo realmente único, denominaram de “Burning Spirits.” E parece que dos maiores nessa brincadeira são daqui mesmo e prontos a “distruir” o cenário à volta, se permitirem o trocadilho parvo com o título do disco. A culpa é dos próprios que, quando chega ali à “Apocalypse Now!” o cérebro já abanou tanto que precisa de alguns cuidados.

Dá para brincar ao “banda clássica de hardcore” encontra-se com “banda no patch maior das costas do colete do gajo do old school heavy metal” mas felizmente vai além disso. É um sacana de um d-beat que não dá tréguas e umas “twin guitars” soberbas que casam com esta categoria. Atentem ao início de “Thunder in the East” e digam lá se já alguma vez tinham imaginado os Iron Maiden nesses preparos. Ou, logo a seguir, com o arranque de “Tunguska,” vejam lá se lembram qual foi a última banda de crust que disparou tanto shred num solo. Tanta criatividade nos estilos mais simples e com algo que, mesmo assim, se mantém simples e directo. E tudo a soar a uma naturalidade, de quem fez estas canções e achou que elas só resultariam assim. Fica ainda tanto que estes Lisboetas possam fazer e, com uma tour lá fora prestes a arrancar, não nos podemos distrair que eles ainda nos fogem…