Nile

Vile Nilotic Rites
2019 | Nuclear Blast | Death metal técnico

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Significativas mudanças de formação, após um longo período, são o suficiente para dar um grande abanão numa banda. Os Nile são uma entidade cuja sonoridade e conceito é imediatamente identificável e “Vile Nilotic Rites,” o novo álbum, tanto podia vir com o propósito de renascer como de manter tudo no sítio e provar que até nem se passou nada.

Vile Nilotic Rites” é o primeiro disco sem Dallas Toler-Wade desde “Black Seeds of Vengeance” de 2000, que tinha vindo a partilhar vozes, guitarra e baixo com o fundador Karl Sanders, desde esse segundo disco fulcral na definição daquilo a que os Nile inconfundivelmente soam e, por isso, era claramente uma peça nuclear e fundamental no seio da banda. Em performance, visto que olhando aos créditos, o cérebro foi sempre Karl Anders, que até partilhava mais escrita com George Kollias, baterista que integrou a banda depois de Dallas. Uma voz reconhecível, um fantástico duelo de dedilhares com Anders que se perde. Mas ainda substituível e por dois novos membros, fixos nos seus instrumentos para fazer acontecer este “Vile Nilotic Rites.” Soa a Nile, sem sombra de dúvida, logo já passam esse teste que não seria o mais difícil. Mas quais Nile? Após uma sucessão de discos competentes mas sem causar bem o mesmo entusiasmo e mossa de antecessores, estarão estes renovados Nile injectados da força que andavam a precisar?

Talvez sejam uns Nile intermediários. Sem dúvida um bom álbum, que puxe a novas audições e com pormenores a descobrir a cada uma delas. Riffalhões no sítio, – e o breakdownzaço de “Where the Wrathful Sky” prova que nem só de muita nota rápida se faz esta malta – com aquele virtuosismo de sempre e os temas Egípcios já nem vale a pena verificar se cá estão, são os Nile. De notar que haja um certo abrandamento no shredding, mantendo-se técnicos mas sem tanta nota rápida por segundo, seguindo um caminho mais tradicionalista do death metal técnico e focado também em atmosferas que aproximem, sem disparatar muito, de uns Gorguts ou Pestilence a meio da carreira. A estrutura mais épica e progressiva de “The Imperishable Stars Are Sickened” a contrastar com a mais brutal “We Are Cursed,” que a segue, demonstra uma procura talvez consciente de alguns diferentes contrastes e texturas num álbum que não deixa de ser homogéneo. É um bom disco de Nile, uns furos acima dos seus dois antecessores, ainda com alguma falta de genica para fazer frente aos clássicos. Mantém a essência sem mexer muito, mas até dá a entender que quer pender um pouquinho para a renovação.

Músicas em destaque:

Vile Nilotic Rites, Where the Wrathful Sky, The Imperishable Stars Are Sickened

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sobre o autor

Christopher Monteiro

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