//pagead2.googlesyndication.com/pagead/js/adsbygoogle.js
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});
Não foi uma digressão com a Demi Lovato que, apesar de alguns temores, afastou Nita Strauss dos seus costumes e da sua origem. No máximo, só a estabeleceu ainda mais e inchou um pouquinho mais o nome, para ver se “The Call of the Void,” segundo álbum a solo da guitarrista, vem com um pouquinho mais de hype, ao suceder um mais simples mas nada tímido “Controlled Chaos.”
O virtuosismo de Nita já é bem conhecido e se calhar até seria mais fácil virar-se para o neoclássico, disparar uns solos por todo o disco e fazer algo à Malmsteen, que sabemos que conseguiria. Mas quão maçador seria isso, quando o álbum de estreia já indicava preocupações além do mero exibicionismo de dotes? “The Call of the Void” procura a canção e mune-se de convidados – o lado oposto do espectro, que também pode acabar por se engolir a si próprio e enxotar a própria Nita para o fundo do cenário, completamente ofuscada e secundária, como um Santana já deixou acontecer, por exemplo. É legítimo considerar-se dores de crescimento em “The Call of the Void” na procura desse equilíbrio, mas já há uma inteligente procura pelo balanço, com tanto temas instrumentais como cantados, coisas mais orientadas pelo riff e outras pelo shredding, odes a um heavy metal mais clássico a alternar com um metal juvenil, de entrada, regado de enfeites industriais e muito de metalcore – virtuosa que seja, Nita também sabe mandar um breakdown extremamente simples quando sente que é necessário.
O leque de convidados é um “Quem é quem” de estrelas, como seria de esperar. Nita não é uma desconhecida, claro que os convidados também são famosos. E inevitavelmente puxam um pouco a brasa para a sua sardinha, aproximando os temas dos seus próprios estilos. A voz de David Draiman engana absolutamente ninguém e é claro que “Dead Inside” soa a Disturbed; o peso ganha uma roupagem de estádio mais acessível em “Through the Noise,” na voz de Lzzy Hale; o peso intensifica-se quando é a versátil Alissa White-Gluz na voz a levar “The Wolf You Feed” para o campo dos Arch Enemy; e já sabemos que os In Flames se “americanizaram” o suficiente para que “The Golden Trail,” com Anders Fridén, também pudesse ser deles. “Digital Bullets” também tem familiaridade na voz de Chris Motionless mas também puxa uma certa audácia em dizer que será melhor que qualquer coisa dos Motionless in White, e tudo é verdadeiramente invertido com a participação do grande. O padrinho de Nita Strauss. Alice Cooper. “Winner Takes All” até tem nada do seu estilo clássico e é ele que é atirado para um tema de metal moderno, regado a industrial. Sem medo, não soa deslocado. Compreende-se que “The Call of the Void” seja um disco que Nita Strauss tenha feito, primeiramente, para ela própria. Ainda mais exacerbado com a conclusiva “Surfacing,” na qual faz duelo de guitarras com… Marty Friedman, só. Porém, há muita coisa de interesse no disco que já parece apontar para uma direcção concreta. De balanço. De quem quer evitar o aborrecimento com uma coisa ou com a outra. O talento, esse é impossível de se negar já há muito tempo.
Dead Inside, The Golden Trail, Winner Takes All
Angel Vivaldi, Orianthi, Gus G