Primeiro estardalhaço do ano. Dos bons. Vem da Florida, que até é bom berço deste tipo de coisa. E de veteranos que, em vez de se cansarem com a idade, são mesmo os velhos sábios que sabem exactamente como devem fazer as coisas. Até podem acusar os Obituary de mediania nos mais recentes anos, se os seus discos não vos encherem as medidas da mesma forma que os clássicos, mas não de falta de jeito. E aqui por estas bandas defende-se que esta entidade permanece numa forma invejável.

Já havia muita antecipação. Parecendo que não, já se iam completar seis anos desde a última proposta auto-intitulada, portanto fizeram-nos mesmo querer isto. “Dying of Everything” parece um título genérico, mas talvez seja o ideal, talvez seja mais generalista. O mesmo se pode dizer do álbum em si. Não, os Obituary não mexeram na fórmula. Só voltaram a tirar o máximo e mais ruidoso partido dela e está a tarefa sucedida. Riffs até lhes dar com um pau e John Tardy continua uma besta vocal. Não soa a desinspiração, é muita malha. É previsível? É capaz. Mas a previsão que havia era de riffalhões e lá vêm eles, uns atrás dos outros, sem um único a falhar nalguma faixa. Se é para haver previsões fáceis de cumprir, que venham destas, que a malta lá usa gelo no pescoço se tiver mesmo que ser.

Brutalidade é a palavra-chave que se sobrepõe a simplicidade. Uns riffs com mais groove que outros, alguma criatividade exterior para o de “The Wrong Time,” uma faixa-título com qualquer coisinha emprestada de thrasheiros teutónicos e uma “Be Warned” a fechar o disco em bruta chave lenta. Mas de resto, é o familiar. Mas com ênfase. Não se contentam com o respeito já ganho, estão aqui a impô-lo. É bruto e é sem anestesia. Sim, que aquela entrada de carrinho imediata de “Barely Alive” derruba-nos logo. Nem é só mais um bom disco dos Obituary. É, mas é mesmo o melhor desde o X, a preencher com aquele que melhor entenderem.