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Chegou a época natalícia para os fãs de Opeth. Nem é só por chegar o novo disco ali perto da quadra, mas porque parece haver uma surpresa no sapatinho de todos. E é algo tão simples como voz gutural. Regressam ao repertório dos Opeth aqui em “The Last Will and Testament” e até lança um provocador desafio: estão todos contentes, era mesmo só isso que havia a apontar de extraordinário à música dos Opeth? Bastou isso para este ser o melhor álbum desde o “Watershed”?
Quase parece, mas claro que não é. Por estas andanças até se defende bem os trabalhos recentes dos Opeth e até se vai mais longe e coloca-se o “Sorceress” a ombrear com alguns dos clássicos mais evidentes dos Suecos progressivos. Mas dá-se o braço a torcer e até se cede perante a ideia de que o “Heritage” é um bom tributo aos clássicos do prog rock setentista mas sacrifica alguma da identidade da banda por isso. Nada disso em “The Last Will and Testament,” que os traz no seu estado mais Opeth desde que deixaram fanáticos de boca aberta ali pela altura do virar do milénio. E era muito fácil isto ter pouca graça. Podia ser aquela adição frustrada, por obrigação, a ver se o povo ficava satisfeito se o Sr. Akerfeldt grunhisse ali umas palavras e o resto nem precisava de prestar. Nada disso.
“The Last Will and Testament” será dos seus álbuns mais cuidados em muito tempo. Voltaram ao álbum conceptual, com um conceito único da leitura do testamento de um patriarca – daí os títulos das músicas, são os parágrafos e não falta de imaginação – no pós-Primeira Guerra que reúne a família para revelações chocantes e novelescas de segredos dentro da família. Com uma ideia dessas, dá a entender que vinham com a intenção de fazerem as coisas a sério mas também divertir-se. A narrativa orienta a própria progressão da música, que se mantém tão afastada da banalidade como é costume nestes Suecos, com os guturais a acrescentar aquela tal dose de peso a música que anda bem mais pelo rock progressivo clássico do que no metal progressivo melódico mais contemporâneo, – ou seja, mesmo assim, com os resgates de velhos hábitos, acaba por seguir naturalmente o “In Cauda Venenum” – com sintetizadores inteligentes, jazz para aprimorar e não para exibir, blues em melodias e até influências orientais. Até flauta e essa só podia, realmente, ser tocada pelo grande Ian Anderson, que também trata aqui de umas narrações. De uma ambição que não acreditaríamos que pudesse ser devidamente concretizada, se fosse proposta por outra banda. Com peso e virtuosismo por entre segredos e revelações sobre a ilegitimidade de filhos. O melhor álbum dos Opeth desde aquele que quiserem.
§2, §3, A Story Never Told
Regozijem lá: aqueles discos dos Opeth!