P.O.D.

Veritas
2024 | Mascot Records | Nu metal

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Eles andam aí. Os do nu metal, que afinal já é divertido outra vez, já todos o podemos dizer em voz alta. E muita banda da catadupa pode aproveitar agora para regressar à ribalta. Como os P.O.D., que reconhecendo-os tão bem, não somos capazes de os situar na explosão da cena. “Veritas” nem sequer é um regresso, eles nunca pararam de editar. E têm aquele auge ao virar do milénio, quando já aí andavam há uns bons anos. E, além do mais ávido fã, pouco reconhecemos no legado além de um punhado de músicas.

Isto já é mais “Middle Age of the Nation” que outra coisa, não é. E mais vale abraçar o facto de que o ressurgimento do nu metal aproxima-o do dad rock dos adolescentes daqueles tempos do que de algo cool e fresco. Portanto a malta, se quer recorrer a novidades dos P.O.D. para saciar o bichinho da nostalgia, não lhes deve exigir mais do que canções simples, potentes e eficazes. A banda até tinha o seu próprio cunho de nu metal de origem latina, influenciado pela música de origem e pela bem presente fé Cristã, – acabou por virar onda ao vermos mais bandas a surgir nessa categoria – portanto até já meio que se sabe o que se vai “pedir” aqui a estes Californianos. Que, ao compilar os maiores êxitos do nu metal para gravar um CD – o primeiro que gravam em quase vinte anos e que vos faça voltar a instalar o Nero Burning ROM – para ouvir no carro, já que o da altura está todo riscado… Se calhar nunca se lembram da “Alive.” Mas agora que se falou nela, vão ficar com ela na cabeça durante as próximas semanas. Está aí o forte deles. Está aí aquilo em que devem apostar para o “Veritas.

E nota-se que procuraram manter este breve disco o mais simples possível. Até as influências latinas ficaram mais de lado, são logo bangers como a “Drop” e a “I Got That,” vindas directamente de 2001 que cumprem o trabalho de nos convencer a ficar até ao fim. Onde há mais nu metal de deixar a já-não-tão-jovem juventude aos saltos e muita outra faixa esquecível pelo meio. Com convidados surpreendentes como Randy Blythe, senhor do peso contemporâneo, e Tatiana Shmayluk, ainda a desfrutar dos frutos da berra, é porque os semi-recordados P.O.D. andam a fazer alguma coisa bem. E fizeram o “Veritas” para lembrar tempos em que a MTV tinha, pelo menos, uma hora semanal em que não falhava disto e em que as roupas eram mais largas e se tinha bem menos vergonha de muita coisa. No bom sentido. O melhor que pode disfarçar o quão mediano o disco realmente é, mas nem os seus pontos mais altos vão além disso. E ainda saímos daqui a cantar a “Lies We Tell Ourselves,” faixa em que se submetem a uma veia mais melancólica e a umas melodias mais pop punk nos versos. Isso não se faz!

Músicas em destaque:

Drop, Afraid to Die, Lies We Tell Ourselves

És capaz de gostar também de:

Ill Niño, Nonpoint, Drowning Pool


sobre o autor

Christopher Monteiro

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